EUA não podem torturar suposto membro da Al Qaeda, diz Anistia
da Reuters, em Bagram (Afeganistão)A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse hoje que Khalid Sheikh Mohammed, suspeito de ter participado dos ataques de 11 de setembro de 2001, deveria ser julgado segundo o direito internacional e que não deveria ser torturado na busca por informações.
Autoridades paquistanesas disseram que Mohammed, tido como número três da rede Al Qaeda, está provavelmente sendo mantido no Afeganistão pelos EUA. A prisão do acusado foi considerada pelo governo norte-americano a mais importante até hoje da "guerra contra o terror".
Os EUA recusam-se a informar onde Mohammed foi detido. O país disse na segunda-feira (3) estar correndo contra o relógio para extrair informações do acusado a fim de frustrar eventuais planos de ataque contra alvos norte-americanos.
Autoridades dos EUA também afirmaram estar tentando descobrir a localização de Osama bin Laden, líder da Al Qaeda.
"Todas as técnicas apropriadas" e "toda a gama de técnicas de interrogatório permitidas" seriam usadas, disse o país.
Mas a Anistia declarou ter ficado surpresa com as técnicas supostamente usadas pela superpotência para interrogar suspeitos, entre os quais Mohammed.
Segundo o jornal "The Washington Post", os norte-americanos lançavam mão de técnicas de "estresse e de ameaça".
"Apesar das negativas das autoridades dos EUA, o uso da privação sensorial (colocação de capuz), a limitação de movimentos por muito tempo (uso de algemas) e a recusa em prover atendimento médico necessário são todos elementos característicos da tortura", declarou o grupo.
"Essas técnicas como a tortura psicológica estão proibidas pelo direito internacional", diz a organização.
"A Anistia Internacional pede que os responsáveis pelos crimes contra a humanidade cometidos no dia 11 de setembro de 2001 sejam levados a julgamento segundo prevê o direito internacional", disse.
De acordo com o grupo, os responsáveis por tortura e maus-tratos podem ser processados.
O governo norte-americano já foi criticado duramente por manter presas pessoas capturadas durante a "guerra contra o terror" sem reconhecer-lhes o status de prisioneiros de guerra.
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