05/03/2003 - 09h34

Supostas cartas de Bin Laden são achadas com número 3 da Al Qaeda

da Folha Online

Cartas que teriam sido escritas a mão por Osama bin Laden foram encontradas em poder de Khalid Sheikh Mohammed, considerado o número três da rede Al Qaeda, disse hoje um funcionário de segurança paquistanês.

Segundo o funcionário, as cartas indicariam que Bin Laden está vivo e se esconde "na região".

"Existem elementos como cartas e outras coisas que se encontram em poder de Khalid Sheikh Mohammed que assinalam claramente que bin Laden está vivo e pode estar escondido na região", afirmou o oficial paquistanês à agência France Presse.

Divulgação

Khalid Shaikh Mohammed, procurado pelo FBI

Mohammed, suposto autor intelectual dos atentados de 11 de setembro de 2001, foi levado de avião para fora do Paquistão ontem, segundo o ministro da Informação paquistanês, Sheikh Rashid.

Mohammed, 37, e outro suspeito de pertencer à Al Qaeda, ambos presos no presos no sábado (1), teriam sido levados de avião para o Afeganistão.

"Ele está em algum lugar nessa região", disse Rashid. "O mais provável é que ele esteja no Afeganistão".

Militares norte-americanos se recusaram a dizer se Mohammed havia sido transferido para a base aérea de Bagram (Afeganistão), comandada pelos EUA.

A base foi usada para interrogar os suspeitos de envolvimento com a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, após os atentados de 11 de setembro e a guerra dos EUA contra o terrorismo no Afeganistão. Depois de interrogados, parte dos detidos foi transferida para a base norte-americana de Guantánamo, em Cuba.

Prisão

Mohammed foi preso em Rawalpindi, próximo à capital do Paquistão, Islamabad. Ele estava na lista de 22 terroristas mais procurados pelo FBI (polícia federal americana), e o Departamento de Estado oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões por sua captura.

Segundo funcionários de inteligência dos EUA, Mohammed teria, ao ser preso, uma lista de nomes e números de telefone de membros de uma célula inativa da Al Qaeda nos EUA.

Mohammed teria escapado dos serviços de inteligência pelo menos uma dezena de vezes e esteve próximo de ser capturado em setembro. Sua prisão é considerada um dos maiores feitos já conseguidos após o início da "guerra contra o terror", lançada pelos EUA após os atentados de 11 de setembro.

Com agências internacionais