São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2001
 

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MENOS IGUAIS

João Wainer/Folha Imagem
Cristina Aparecida Ferreira, 18, processou sua professora de português da sétima série em 1996 porque foi chamada em sala de aula de "filhote de urubu"; a professora foi condenada por racismo


ALÉM DA INJUSTIÇA SOCIAL, COR DIFICULTA VIDA DOS NEGROS

A composição social do Brasil tem base larga e ápice estreito. Há, porém, uma característica ainda mais particular que a define: conforme você sobe na pirâmide, as camadas sociais vão embranquecendo. Os negros, que representam 45% da população do país, são 69% dos indigentes, ou seja, de todos aqueles que não ganham o suficiente para se alimentar com um mínimo de dignidade.
Os dados mostram que os afro-descendentes estão em desvantagem em quaisquer indicadores que possam ser analisados: saúde, educação, renda, situação familiar e violência policial. Se algumas taxas sociais do Brasil melhoraram nos últimos anos, os brancos é que sentiram mais esses benefícios.
Passados 113 anos da abolição da escravidão, o país só agora enfrenta diretamente um problema surgido em 1888: como inserir os negros na sociedade. A conferência da ONU contra o racismo, realizada na África do Sul, teve forte representação brasileira. O documento oficial apresentado pelo Brasil propunha a inclusão da cultura negra no currículo escolar e políticas específicas para educação e mercado de trabalho.


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