28/06/2007
Nem uma colher
Maria fuma um cigarro sossegada em frente à sua loja de roupas usadas perto da ponte da Amizade. "Trabalho há 18 anos com usados e nunca passei uma colher de muamba pela ponte", diz orgulhosa, enquanto o marido, Gercino, separa os fardos de roupas coloridas e os sapatos de couro retorcido que eles compram de ONGs em São Paulo e revendem para pessoas carentes na região de Foz. O contrabando nunca foi tentação para ela. "Não quero trabalhar fria. Pago imposto, tenho contador, faço tudo no legal. Ganho pouco, mas não tenho medo de nada". Cada peça de roupa é comprada a R$ 2 e vendida a R$ 3. O lucro parece pequeno, mas, segundo associações locais, há mais de 50 lojas no ramo, que crescem mesmo com a crise.
Nunca passei muamba pela ponte
MARIA FERNANDES
vendedora de roupas usadas