03/07/2008
Conheça a China paulistana antes de encarar a China verdadeira
CAROLINA ARAÚJO
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DA EQUIPE DE TREINAMENTO
Roteiro inclui tai chi chuan no parque, comidas chinesas e templo budista
A China olímpica está a dois dias e R$ 15 mil de distância. Mas muitos dos seus atrativos e costumes estão disponíveis em São Paulo. Para quem não quer depender do "jeitinho brasileiro", visitar a China que existe na capital paulista pode ser um bom "test-drive" para os torcedores que não se prepararam para o evento.
O roteiro começa de manhã, com aulas gratuitas de tai chi chuan nos parques da Aclimação e do Ibirapuera (ambos na zona sul). Nesse último e no parque Villa Lobos (zona oeste) também é possível praticar lian gong, uma modalidade de ginástica laboral chinesa.
De lá, vale ir direto para o bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, onde chineses, japoneses e coreanos se enraizaram. Na feira de domingo, na praça principal, entre 10h e 19h, comerciantes vendem adornos típicos e pratos tradicionais nas barraquinhas esfumaçadas.
Ling Wang, que presta assessoria em cultura chinesa, diz que "é possível encontrar artesanato, antigüidades, artigos de esporte, vestuário, acessórios, brinquedos e eletrônicos a preços convidativos". Ela se refere a Pequim, mas tudo isso também pode ser encontrado na Liberdade.
Uma prática comum na China, segundo Ling, também deve ser testada no bairro paulistano: "Pechinchar é costume e os comerciantes esperam que o comprador peça descontos. Portanto faça compras com tempo e paciência".
Com várias opções de restaurantes chineses tradicionais, a sugestão é almoçar no próprio bairro da Liberdade.
China espiritual
Um bom jeito de passar a tarde é visitar o templo budista Zu Lai, em Cotia, a 33 km do centro de São Paulo. Ele faz parte do monastério Fo Guang Shan, presente no mundo todo.
Sua arquitetura vai lembrar alguns pontos de visitação obrigatória para quem vai a Pequim: a Cidade Proibida, a Grande Muralha, o Templo do Céu, o Palácio de Verão, o Jardim Panda... São obras de inspiração budista, taoísta, maoísta e confucionista que maravilham os estrangeiros.
Para os de tradição católica, é possível assistir a missas em mandarim promovidas pela Missão Católica Chinesa, na Vila Olímpia, zona sul da cidade.
Para conhecer a fundo essas atrações, é sempre bom ter um guia turístico. Mas, na falta dele, São Paulo tem 150 mil chineses, segundo estimativa do Consulado Geral da República Popular da China, e alguns deles estão disponíveis para ajudar os brasileiros em teste.
Aulas de mandarim em cursos de línguas contribuem para essa interação. Depois de dominado o idioma, livrarias especializadas em literatura e periódicos chineses podem contribuir para a continuidade dos estudos.
Em São Paulo também dá para aprender a arte do feng shui, que ajuda a criar ambientes harmoniosos, e a do milenar kung fu, oferecida em academias. Além disso, até o próximo dia 12, três pintoras chinesas expõem suas telas a óleo gratuitamente.