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Novo em Folha 45ª turma
03/07/2008

Brasileiros apostam em 'jeitinho' na Olimpíada

CAROLINA ARAÚJO
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DA EQUIPE DE TREINAMENTO

Faltando pouco mais de um mês para o dia 8 de agosto, data da abertura dos Jogos Olímpicos de 2008, os torcedores que irão a Pequim acompanhar o Brasil na competição já têm uma estratégia para driblar as armadilhas culturais na China: o "jeitinho brasileiro".

Porém a escolha implica riscos. O "jeitinho" não previne contra problemas de comunicação, situações embaraçosas e escolha de comidas com ingredientes para lá de exóticos.

A fim de saber como os brasileiros de malas prontas para a China estão se preparando para enfrentar essas dificuldades, a reportagem propôs a 11 torcedores que respondessem a um teste sobre costumes chineses (veja quadro ao lado).

A média de acertos foi de apenas 45,41%. Se já estivesse em Pequim e cometesse uma gafe, a maior parte dos torcedores não poderia se desculpar: só 36,36% deles acertaram como pedir desculpas em mandarim.

Mas o mau resultado não os preocupa: cada torcedor já tem sua estratégia para aproveitar os jogos e a capital chinesa.

Uma prática comum entre os freqüentadores de eventos esportivos é conhecer novos amigos em comunidades do Orkut, antes de viajar. A empresária paulistana Roberta Dohani, 25, por exemplo, dividirá um albergue em Pequim com cinco amigos que conheceu no site de relacionamentos.

"Estamos preparando a bagunça em verde e amarelo. Já comprei camisa do Brasil, tinta, peruca e boné", diz Dohani.

Mas viajar em grupo não é garantia de uma estadia sem gafes. Até adereços inocentes podem ser armadilhas: "Muitos chineses são supersticiosos. Boné verde significa que a pessoa que o usa está sendo traída", diz Ling Wang, especialista em cultura chinesa.

Escorpião e pimenta

Também foi pelo Orkut que o paulistano Alexandre Massuda, 24, conheceu um brasileiro que mora em Pequim. Prevendo dificuldades na capital chinesa, pediu ao novo amigo para ser seu guia durante os primeiros dias de jogos. "Mas quero conhecer a cidade sozinho e comer escorpião frito", garante.

A alimentação é outro tema que pode levar a mal-entendidos. Para quem não é fã de pimenta, um alerta: mesmo quando o cardápio não denuncia o uso do tempero ou de raízes fortes, como gengibre, eles estarão no prato. Quem afirma é Vladimir Milton Pomar, diretor do escritório da empresa BWP na China: "Picante aqui [na China] é refresco".

O medo de comer pratos exóticos é o que aflige a vegetariana Sabrina Ost, 25, de Brasília: "Não sei nada de chinês, mas tenho que aprender o nome de pratos sem nenhuma carne".

Para fugir do mandarim, outra preocupação dos turistas que vão a Pequim, os torcedores apelarão para o inglês.
Mas mesmo quem não domina o idioma local está confiante. Beatriz Trece, 17, de Brasília, quer fazer novos amigos na capital chinesa: "Estou preparada, apesar de não falar mandarim e saber pouco de inglês. Dá para enrolar".

Porém o professor Alexandre Qi, chinês que mora há dez anos no Brasil, diz que aprender algumas palavras em mandarim e pesquisar sobre os costumes locais tornam a estada na China menos propensa a problemas.

A estratégia de pesquisar sobre o país na internet foi adotada por Fábio Amaro dos Santos, 22, de Campinas (SP). O estudantetentou, sem sucesso, ganhar a viagem em vários concursos. Mas soube que iria à Olimpíada quando foi convidado por um amigo que venceu uma promoção. "A China parece um outro mundo", diz.

E aos que não estão preparados para viajar para o "outro mundo", os especialistas dão um conselho para facilitar a visita dos brasileiros: observar e imitar o que os chineses fazem.

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