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Novo em Folha 45ª turma
19/08/2008

Profissionalização é saída para falta de patrocínio

DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR (BA)

Pugilista olímpico não fica rico. Para ganhar dinheiro no ringue é preciso, primeiro, profissionalizar-se e, depois, derrubar um bom número de adversários até chegar à defesa de um título mundial.
Mas, quando se tornam profissionais, os atletas não podem mais disputar olimpíadas. Por isso, o caminho natural para os mais talentosos é a disputa dos Jogos e, na seqüência, a profissionalização.
Nem sempre, porém, a lógica é seguida.
Além dos pugilistas cubanos, que repetem vários ciclos olímpicos e não se profissionalizam porque não contam com empresários, há atletas que decidem adiantar a profissionalização por enfrentarem dificuldades financeiras.
Foi o caso do campeão mundial Acelino Freitas, o Popó. "Depois da prata no Pan de Mar del Plata, em 1995, eu pensei que minha vida mudaria, que pelo menos um patrocínio eu conseguiria. Nada disso aconteceu. A única coisa que recebi na época foi US$ 100 do COB (Comitê Olímpico Brasileiro)", lembra ele.
Na época, o CBBoxe não dispunha do caixa de hoje. O atleta, sem salário, desistiu da preparação para a Olimpíada de Atenas e foi tentar a sorte como profissional.
"Eu não podia ficar esperando a boa vontade de alguém. Vim de família pobre e queria melhorar de vida", conta Popó.
Quatro anos depois, ele conquistou o título mundial que, de fato, mudou a sua vida.
Hoje, já aposentado dos ringues, ele afirma que não tem frustração por não ter ido a uma olimpíada. "Teria sido bom, mas, provavelmente, eu teria continuado a dormir num colchão no chão", diz Popó, que agora mora em um condomínio de luxo, em Lauro de Freitas (BA).

Conselho de campeão
Apesar de considerar que tomou a decisão certa, Popó diz aos atletas que integram a seleção que não tenham pressa de se profissionalizar. "Hoje a história é outra. Eles têm um salário, têm estrutura. É melhor ganharem experiência na seleção antes de se profissionalizarem, pois nem todos conseguirão chegar a um título mundial, e o caminho até ele também pode ser bem sofrido", diz Popó.
Atualmente, outro baiano medalhista em pan pensa em abandonar o sonho de ser atleta olímpico. Pedro Lima, 24, medalha de ouro no Pan do Rio, não obteve a classificação para os Jogos de Pequim.
A diferença entre Lima e Popó é que o primeiro ainda teve o apoio na fase preparatória para os pré-olímpicos. Mas, sem obter a vaga, ele ficou de fora da equipe e, portanto, sem salário ou qualquer outra ajuda de custo. Prova de que a política para o boxe, apesar de ter melhorado, ainda não é a ideal.
"Não vou passar sufoco mais quatro anos, agora vou me preparar para ser campeão mundial", avisa Pedro. (GIULLIANA BIANCONI)

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