Catálogos
do Céu para ajudar o trabalho na Terra
Os gregos povoaram a esfera celestial com suas lendas
e mitos acrescidos das que herdaram da Mesopotâmia
e da Fenícia. Tales, o mais antigo astrônomo
grego conhecido, era de origem fenícia. Em Hesíodo
(Teogonia e Os trabalhos e os dias) e em Homero há
referências a certas estrelas e constelações
que têm relação com mitos sumérios.
N' O Trabalho e Os Dias - um calendário/tratado
para uso dos pastores gregos - Hesíodo faz referência
às Plêiades, Híades, Orion, Sirius
e Arcturus. Assim ocorre também nos Hinos Homéricos,
em que há citações sobre as anteriores,
além da constelação do Boieiro
- e outras que são elencadas em Jó (do
Antigo Testamento). A partir do sec VI a C, as constelações
começam a aparecer nos registros de historiadores
e poetas gregos: Aglaóstenes registra a Ursa
Menor (Cinosura) e a translação de Aquila;
Epimenides de Creta observa a translação
de Capricórnio e da estrela Capella; Ferécides
de Siros escreve sobre Orion, observando que, quando
esta constelação se põe, o signo
de Escorpião ascende; Ésquilo e Helano
de Mitilene narram a lenda das 7 irmãs Pleiades,
filhas do gigante Atlas, e Hécato de Mileto relaciona
o mito da Hidra à constelação de
mesmo nome.
Euctêmon, um astrônomo grego (séc.
V a C), compila um calendário de estações
no qual Aquário, Aquila, Cão Maior, Coroa
Boreal, Cisne, Golfinho (Delphinus em latim), Lira,
Orion, Pegasus, Sagitário e os asterismos Hiades
e Plêiades estão ali mencionados, em relação
ao tempo, às mudanças de estação.
Neste calendário, solstícios e equinócios
estavam associados aos signos.
O mais antigo trabalho grego com relação
às constelações foi escrito por
Eudoxo de Cnido (Phaenomena). Embora perdido, o original
emprestou a base e o nome para que Arato, um poeta da
corte macedônia, escrevesse seu longo poema. No
Phaenomena, são descritas 44 constelações,
sendo 19 ao norte, 13 zodiacais e 12 ao sul.
Cláudio Ptolomeu, astrônomo alexandrino,
cerca de 300 anos mais tarde, no livro 6o de seu Almagesto,
adota o sistema de Hiparco e cataloga 48 constelações
por nome e localização, atribuindo a cada
estrela próxima da eclíptica características
de um ou mais planetas. O Almagesto foi a base para
todos os catálogos de estrelas posteriores.
Outros catálogos estelares importantes, bem posteriores,
foram feitos por J Bayer (1603), J Flamsteed (1725),
J Hevelius (1690), N de Lacaille (1751), entre outros.
Cada um destes astrônomos, além da catalogação,
criou métodos de classificação
estelar e, ainda, outras constelações,
como por exemplo a de Lacerta (Lagarto) ou de Camelopardalis
(Camelo). A constelação do Cruzeiro do
Sul (Crux Australis) foi incluída por Augustine
Royer em catálogo de 1679. Essa constelação,
próxima do Escorpião, tem estrelas como
Gacrux, Acrux e Mimosa, que, além de serem consideradas,
em astrologia política, relativas ao Brasil,
têm um simbolismo que está associado à
astrologia, astronomia, botânica e a poderes psíquicos.
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