São Paulo, sábado, 2 de janeiro de 2010

LIVROS

O pai da Princesinha

Leia entrevista com Tony Ross, autor inglês que criou personagem de sucesso na literatura e na TV inspirada em sua filha

CAMILLA COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando alguém decide ser escritor, qualquer coisa pode servir de inspiração para começar uma história. Até quando uma criança não consegue usar o penico. Foi assim que o ilustrador e escritor inglês Tony Ross, 71, criou a série de livros "A Princesinha", que é sucesso no mundo e virou até desenho animado, exibido no Brasil pelo Discovery Kids (TVpaga).A animação já foi até indicada para o prêmio Bafta, da Inglaterra. Em entrevista à Folhinha, ele contou que começou a desenhar quando era pequeno. "Meu pai gostava de desenhar e me ensinou. Eu gostava de desenhar pessoas, meus amigos, gatos e cães." Até quando estava na escola, Tony encontrava alguma maneira de desenhar o que gostava. "A professora nos mandava desenhar uma árvore. Aí eu desenhava minha mãe em pé ao lado da árvore,para ficar melhor."

Como surgiu a ideia para os livros da série "A Princesinha"?
"Um dia, vi minha filha de quatro anos tendo problemas para ir ao banheiro. Perguntei: 'Qual o problema, princesa?'. E nós tivemos uma longa conversa sobre penicos. Quando terminou, pensei: 'Essa é uma boa ideia'. E escrevi o primeiro livro, 'Quero Meu Penico' [ed. Martins Fontes]. Fez tanto sucesso que tive de escrever outros."

O que você gostava de fazer quando era criança?
"Brincava muito com outras crianças. Naquela época não tínhamos TV nem videogames, então inventávamos muita coisa. Construíamos casas nas árvores e até um carro com uma caixa de madeira e rodinhas. Ele só andava em linha reta! Mas não éramos atropelados, porque não havia muitos carros nas ruas naquele tempo."

Não era perigoso?
"As brincadeiras eram um pouco perigosas, sim. Uma vez peguei uma mala velha que minha avó não usava mais e achei que poderia fazer um bom barco com ela. Achei que a mala fosse de madeira, mas era de papelão. Quando eu entrei no rio, ela se desmanchou! E eu não sabia nadar! Aprendi naquele dia."

Seu livro 'O Menino que Gritava Olha o Lobo 'tem um final bem diferente da história original. Por quê?
"Eu quis que, na minha história, o Lobo ganhasse. Porque o Lobo é um cara legal! O menino é que estava errado: mentia o tempo todo e fazia coisas erradas."


PARA LER
"O Menino que Gritava Olha o Lobo" (Companhia das Letrinhas; R$ 29) é um dos últimos livros do autor publicados no Brasil. Como toda a cidade tinha medo do Lobo, o menino vivia assustando a todos, só para poder fugir de suas tarefas. Até o dia em que o Lobo aparece de verdade e ninguém acredita no menino.



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