São Paulo, sábado, 3 de maio de 2008

Capa

Complicados e perfeitinhos

Entenda as mudanças no seu corpo na puberdade, que marca a passagem da infância para a adolescência

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Fernando (à esq.) e Pedro, que se incomodam com seus braços magricelos

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Por volta dos 11 anos, garotos e garotas parecem que se apaixonam pelo espelho. É mesmo gostoso perceber as rápidas transformações que começam a acontecer no corpo: a puberdade.
As mudanças nessa fase ocorrem também nas idéias e até nos sentimentos. E há momentos de insegurança.
Dá vontade de sair mais, ficar bonito -e vem o medo de não agradar. E é justamente quando os colegas ficam mais críticos e tudo vira motivo de gozação.
Os dilemas de Regina Amorim, 11, surgem na hora de se arrumar para sair. "Às vezes, fico muito indecisa e até ligo para minhas amigas para saber como elas vão."
Em seu prédio, há garotas que reparam demais. "Elas criticam uma menina que não liga para roupa de marca nem arruma o cabelo. E dizem: "Ai, tal pessoa, de novo com essa roupa barata? E que cabelinho é esse?!'"
Já Fernando Ribeiro Santos, 13, espichou muito nos últimos tempos e acha que seu braço está muito magro, por isso não usa mais camiseta regata. "Acho que eu podia ser mais forte, ter mais músculo", conta.
Larissa Rodrigues, 12, percebe que anda se estressando "com facilidade". "Na hora de sair, o penteado nunca dá certo. Se faço trança, fica um monte de cabelo para fora; se faço rabinho, fica fininho, desmilingüido."
Já Paula Krein, 11, resume logo sua chateação: "Tenho um problema gigante com a beleza. Eu me acho alta, meu cabelo é armado e tudo no meu rosto é feio", exagera a menina (nada feia).
Desafios A preocupação excessiva com a aparência e o excesso de crítica são normais nessa idade, diz a psicóloga Marizilda Donatelli. "É duro mesmo. Esse momento é um desafio, e cada um enfrenta de um jeito", diz.
"Uns choram, se fecham. Outros agüentam firme o sofrimento e tentam resolver. Outros ficam agressivos e criticando tudo nos colegas, como uma forma de disfarçar as próprias inseguranças e os próprios defeitos", completa.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.