São Paulo, sábado, 7 de março de 2009

Escola

Academia das crianças

Alunos da rede pública sentam na cadeira de escritores como Machado de Assis e Monteiro Lobato

EVELYN CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A simples cadeira da sala de aula ganhou uma importância ainda maior em oito escolas municipais de São Paulo. É que ali sentam Monteiro Lobato, Machado de Assis e Raquel de Queiroz, entre outros importantes escritores brasileiros.
Você deve estar se perguntando: "Como assim?" Bem, esses escritores não estão mais vivos, mas mais de 400 alunos que participam da AEL (Academia Estudantil de Letras) de sua escola sentam na cadeira de um escritor famoso. Uma academia de letras reúne escritores de uma cidade ou de um país, por exemplo.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito José Carlos de Figueiredo Ferraz, a AEL Monteiro Lobato tem até cerimônia de posse, hino e farda.
E, assim como na ABL (Academia Brasileira de Letras), as cadeiras são numeradas e cada uma tem um autor como patrono. A cada mês, um dos escritores é o tema de estudos e seminário. Há ainda teatro e sarau.
"Depois que entrei na academia, eu me interessei mais pela leitura", diz Ingrid Varella, 11, que ocupa a cadeira de Casimiro de Abreu (1839-1860), ao lado de 54 alunos-escritores.
"O legal da AEL é que você aprende não só sobre o seu autor, mas sobre os outros também", diz Higor Mantovani, 12, titular da cadeira de Ziraldo -nem só os escritores da Academia Brasileira de Letras são representados na AEL.

Escritores do Nordeste
Na cidade de Apodi, no interior do Rio Grande do Norte, outra Academia Estudantil de Letras reúne 16 estudantes de duas escolas públicas. Lá, os patronos são os escritores da região, como Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). "São escritores da nossa terra que, muitas vezes, nós desconhecemos", diz a professora Rokatia Kleania, presidente da AEL Poeta Antônio Francisco.

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