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Da boca para o papel
ESPECIAL PARA A FOLHA
Depois que as histórias
orais viraram histórias escritas, o autor ficou importante. Autor do texto, não da
história, que continua sendo de todo mundo!
E contar por escrito é diferente de contar em voz alta, aqui ou lá. Ao vivo, em geral, as histórias começam
com perguntas, para provocar a plateia: "Por que a lebre pula em vez de andar?
Ah, vou contar o segredo...".
O texto oral que vira texto
escrito tenta conservar a reprodução dos sons reais, como esse: "Meu conto corre,
corre, zuiiiin, até chegar a
Yó, a aranha". Ou a brincadeira, na maneira de terminar: "E assim termina meu
conto, assim me contaram,
assim eu contei".
Quando a gente ouve um
contador de histórias africano, ao vivo, parece que ele
nos abraça com seus olhos e
sua voz. Será que história de
papel também abraça?
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