São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

Da boca para o papel

ESPECIAL PARA A FOLHA

Depois que as histórias orais viraram histórias escritas, o autor ficou importante. Autor do texto, não da história, que continua sendo de todo mundo!
E contar por escrito é diferente de contar em voz alta, aqui ou lá. Ao vivo, em geral, as histórias começam com perguntas, para provocar a plateia: "Por que a lebre pula em vez de andar? Ah, vou contar o segredo...".
O texto oral que vira texto escrito tenta conservar a reprodução dos sons reais, como esse: "Meu conto corre, corre, zuiiiin, até chegar a Yó, a aranha". Ou a brincadeira, na maneira de terminar: "E assim termina meu conto, assim me contaram, assim eu contei".
Quando a gente ouve um contador de histórias africano, ao vivo, parece que ele nos abraça com seus olhos e sua voz. Será que história de papel também abraça?

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