São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

Zôo

Aniversário animal

Tetéia, Trigo, Bob e Marley são alguns dos animais que têm muita história para contar nesses 50 anos do Zoológico de São Paulo

GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL

Trigo largou a chupeta. A dupla Bob e Marley, ainda bem jovem, adora brincar na água. Tetéia, a mais antiga da turma, já é até vovó.
Você não sabe quem eles são? Trigo, Tetéia, Bob e Marley são alguns dos animais que vivem no Zoológico de São Paulo, que completa 50 anos amanhã.
E a bicharada vai ganhar presente: pacotes embrulhados com "guloseimas" como grilos e sementes.
O zôo surgiu em 1958 e, logo no início, reunia 482 animais. Hoje, para conhecer parte dos 3.500 bichos, é preciso percorrer quatro quilômetros de alamedas.
Se o hipopótamo Tetéia é o mais antigo morador do zôo, habitantes novos estão sempre chegando. O novato agora é o orangotango Sansão, previsto para aparecer em público hoje. "Se o Sansão topar o cachê, tudo vai dar certo", brinca o diretor do zôo, Paulo Bressan.
O zôo já teve outros orangotangos. Mas um deles, a Karen, morreu em 2004, ano marcado pelas misteriosas mortes de 73 animais, vítimas de envenenamento no zoológico. As investigações da causa da morte ainda não foram reveladas.
Mas não só histórias tristes cercam os muros do zoológico. Diversos fatos curiosos -e engraçados- já envolveram os animais. Depois de gastar muita sola de sapato pelo zôo -de dia e de noite-, a Folhinha destaca algumas delas. Confira!

Vou de cisne
Logo na entrada do zoológico, avistamos as ilhas dos macacos: os pregos, os aranhas, os gibões. As espécies vivem nas ilhas do lago (cheinho de aves como os cisnes-negros) e, como macaco tem medo de água, um não pula para a ilha do outro. Assim, evitase o risco de uma espécie cruzar com a outra. Mas não é que, certa vez, um macaco-prego pegou carona num cisne-negro? Ele grudou no pescoço da ave, que, desesperada, foi direto para a margem. Lá, o prego desembarcou. Foi uma correria só para pegar o macaco.

Fome de serpente
Quando alguém está com uma baita fome, diz: “Ai, estou com uma fome de leão!” Mas quem conhece a história de Medusa também diria: “Que fome de serpente!” Medusa, uma píton que pesa 80 kg e mede 5,5 m, tem fama de gulosa. Ela vivia com o Morfino. Mas, na hora da comida, era a primeira a terminar sua refeição (ratos, por exemplo) e, depois, empurrava Morfino contra a parede para roubar sua comida. Apavorado, ele liberava a janta. Ninguém entendia como ela intimidava o macho. Tempos depois, descobriram que Morfino era, na verdade, Morfina.

Tetéia e seus dez filhotes
O hipopótamo Tetéia, que chegou ao zôo em 1964, é mãe de dez hipopótamos –teve até um casal de gêmeos, o que é raro. Por isso tem muitos parentes de Tetéia espalhados por zôos do país. Hoje, ela vive com sua caçula, Sininho. Mas não é fácil conseguir ver direito a dupla: elas vivem submersas nas águas, só saem para comer, de manhãzinha e à noite. Ela já anda devagarzinho: bem, é uma senhora que tem até netinho, o macho Pororó.

O namoro de Adão e Eva
Esse é o nome do casal de rinocerontes-brancos, que veio da África do Sul há dez anos. A novidade é que a dupla está em período de reprodução, ou seja, é provável que logo, logo venha filhote por aí. Mas essa não é uma tarefa nada fácil. É que a espécie requer bastante espaço para a reprodução, pois o macho precisa correr e, assim, mostrar para a fêmea que é vigoroso (forte) e dará bons herdeiros.

Mel, Cristal e Palito
Esses são os nomes das três girafinhas novas do zoológico. Elas chegaram no final do ano passado e receberam esse nome das crianças que visitaram o zôo nas últimas semanas –houve 2.072 votos válidos. Para saber qual é o macho e quais são as fêmeas, repare que Palito é o mais claro.

Tatá, o tamanduá
Nascido em 1986, Tatá foi o primeiro tamanduá- bandeira a nascer em cativeiro no Brasil. Um dia ele foi enviado para um zoológico da Alemanha para cruzar com tamanduás de lá. Mas a viagem não deu certo: ele não reproduziu. De volta ao zôo de São Paulo, Tatá cruzou com um tamanduá fêmea vindo da Bahia, a Tieta, e teve vários filhotes. Até hoje, quando o pessoal do zôo conta essa história, brinca: “O que é que a baiana tem?”

Cadê meu filhote?
Em 2006, o Zoológico de São Paulo recebeu moradores bem animados: um grupo de oito chimpanzés. Tempos depois, nasceu Vitória, filha da Tina. Mas a avó de Vitória, a Faustina, “roubou” a netinha da mãe. E não largava mais a cria. Entre os chimpanzés, é normal os cuidados com os filhotes serem compartilhados no grupo. Mas, como a pequena estava em fase só de amamentação, estava ficando fraquinha, fraquinha. O pessoal do zôo tomou uma providência para devolver a cria à sua mãe. Mas não é que Faustina novamente “emprestou” o filhote? Resultado: o jeito foi separar o grupo. Hoje essa turma é formada por dez primatas: Lulu (na foto, com Rita), com uns seis meses, é a caçulinha.

Trigo, um tigre de chupeta
Quer brincar de enrolar a língua? Então diga: no zôo vive Trigo, um tigre intrigado. Esse tigre-siberiano nasceu em 1994 e não foi amamentado por Kalinca, que era uma mãe inexperiente na época. Para salvar o animal, as biólogas do zôo deram mamadeira ao filhote. E, para que ele ficasse calmo nos primeiros dias de vida, ganhou até chupeta!

A dupla Bob e Marley
Brincalhões, esses dois ursos-deóculos passam o dia fazendo farra em seu recinto. Eles adoram curtir a água para espantar o calor. Está certo que as brincadeiras deles são meio abrutalhadas –é tapão pra cá, empurrão pra lá–, mas eles não se desgrudam. PARA PASSEAR
Zoológico de São Paulo - av. Miguel Stéfano, 4.241, tel. 0/xx/11/5073-0811. De terça a domingo e feriados, das 9h às 17h. Ingressos: adultos e crianças acima de 12 anos pagam R$ 12; de 7 a 12 anos, R$ 3.
Site: www.zoologico.sp.gov.br.

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