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Zôo
Aniversário animal
Tetéia, Trigo, Bob e Marley são alguns dos animais que têm muita história para contar nesses 50 anos do Zoológico de São Paulo
GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL
Trigo largou a chupeta. A
dupla Bob e Marley, ainda
bem jovem, adora brincar
na água. Tetéia, a mais antiga da turma, já é até vovó.
Você não sabe quem eles
são? Trigo, Tetéia, Bob e
Marley são alguns dos animais que vivem no Zoológico de São Paulo, que completa 50 anos amanhã.
E a bicharada vai ganhar
presente: pacotes embrulhados com "guloseimas"
como grilos e sementes.
O zôo surgiu em 1958 e, logo no início, reunia 482 animais. Hoje, para conhecer
parte dos 3.500 bichos, é
preciso percorrer quatro
quilômetros de alamedas.
Se o hipopótamo Tetéia é
o mais antigo morador do
zôo, habitantes novos estão
sempre chegando. O novato
agora é o orangotango Sansão, previsto para aparecer
em público hoje. "Se o Sansão topar o cachê, tudo vai
dar certo", brinca o diretor
do zôo, Paulo Bressan.
O zôo já teve outros orangotangos. Mas um deles, a
Karen, morreu em 2004,
ano marcado pelas misteriosas mortes de 73 animais,
vítimas de envenenamento
no zoológico. As investigações da causa da morte ainda não foram reveladas.
Mas não só histórias tristes cercam os muros do zoológico. Diversos fatos curiosos -e engraçados- já envolveram os animais. Depois de gastar muita sola de
sapato pelo zôo -de dia e de
noite-, a Folhinha destaca
algumas delas. Confira!
Vou de cisne
Logo na entrada do zoológico,
avistamos as ilhas dos macacos:
os pregos, os aranhas, os gibões.
As espécies vivem nas ilhas do
lago (cheinho de aves como os
cisnes-negros) e, como macaco
tem medo de água, um não pula
para a ilha do outro. Assim, evitase
o risco de uma espécie cruzar
com a outra. Mas não é que, certa
vez, um macaco-prego pegou carona
num cisne-negro? Ele grudou
no pescoço da ave, que, desesperada,
foi direto para a margem.
Lá, o prego desembarcou. Foi uma
correria só para pegar o macaco.
Fome de serpente
Quando alguém está com uma baita fome, diz: “Ai, estou com uma fome
de leão!” Mas quem conhece a história de Medusa também diria: “Que
fome de serpente!” Medusa, uma píton que pesa 80 kg e mede 5,5 m,
tem fama de gulosa. Ela vivia com o Morfino. Mas, na hora da comida,
era a primeira a terminar sua refeição (ratos, por exemplo) e, depois,
empurrava Morfino contra a parede para roubar sua comida. Apavorado,
ele liberava a janta. Ninguém entendia como ela intimidava o macho.
Tempos depois, descobriram que Morfino era, na verdade, Morfina.
Tetéia e
seus dez filhotes
O hipopótamo Tetéia, que chegou ao zôo em 1964, é
mãe de dez hipopótamos –teve até um casal de gêmeos,
o que é raro. Por isso tem muitos parentes de Tetéia espalhados
por zôos do país. Hoje, ela vive com sua caçula,
Sininho. Mas não é fácil conseguir ver direito a dupla:
elas vivem submersas nas águas, só saem para comer,
de manhãzinha e à noite. Ela já anda devagarzinho: bem,
é uma senhora que tem até netinho, o macho Pororó.
O namoro de Adão e Eva
Esse é o nome do casal de rinocerontes-brancos, que veio
da África do Sul há dez anos. A novidade é que a dupla
está em período de reprodução, ou seja, é provável que
logo, logo venha filhote por aí. Mas essa não é uma tarefa
nada fácil. É que a espécie requer bastante espaço para a
reprodução, pois o macho precisa correr e, assim, mostrar
para a fêmea que é vigoroso (forte) e dará bons herdeiros.
Mel, Cristal e Palito
Esses são os nomes das três girafinhas novas do
zoológico. Elas chegaram no final do ano passado
e receberam esse nome das crianças que visitaram
o zôo nas últimas semanas –houve 2.072 votos
válidos. Para saber qual é o macho e quais são as
fêmeas, repare que Palito é o mais claro.
Tatá, o tamanduá
Nascido em 1986, Tatá foi o primeiro tamanduá-
bandeira a nascer em cativeiro no Brasil.
Um dia ele foi enviado para um zoológico
da Alemanha para cruzar com tamanduás
de lá. Mas a viagem não deu certo: ele não
reproduziu. De volta ao zôo de São Paulo,
Tatá cruzou com um tamanduá fêmea vindo
da Bahia, a Tieta, e teve vários filhotes. Até
hoje, quando o pessoal do zôo conta essa
história, brinca: “O que é que a baiana tem?”
Cadê meu filhote?
Em 2006, o Zoológico de São Paulo
recebeu moradores bem animados:
um grupo de oito chimpanzés.
Tempos depois, nasceu Vitória,
filha da Tina. Mas a avó de Vitória,
a Faustina, “roubou” a netinha da
mãe. E não largava mais a cria.
Entre os chimpanzés, é normal os
cuidados com os filhotes serem
compartilhados no grupo. Mas,
como a pequena estava em fase só
de amamentação, estava ficando
fraquinha, fraquinha. O pessoal do
zôo tomou uma providência para
devolver a cria à sua mãe. Mas não
é que Faustina novamente “emprestou”
o filhote? Resultado: o
jeito foi separar o grupo. Hoje essa
turma é formada por dez primatas:
Lulu (na foto, com Rita), com uns
seis meses, é a caçulinha.
Trigo, um tigre de chupeta
Quer brincar de enrolar a
língua? Então diga: no zôo
vive Trigo, um tigre intrigado.
Esse tigre-siberiano
nasceu em 1994 e não foi
amamentado por Kalinca, que
era uma mãe inexperiente na
época. Para salvar o animal,
as biólogas do zôo deram
mamadeira ao filhote. E, para
que ele ficasse calmo nos
primeiros dias de vida, ganhou
até chupeta!
A dupla Bob e Marley
Brincalhões, esses dois ursos-deóculos
passam o dia fazendo farra
em seu recinto. Eles adoram curtir
a água para espantar o calor. Está
certo que as brincadeiras deles
são meio abrutalhadas –é tapão
pra cá, empurrão pra lá–, mas eles
não se desgrudam.
PARA PASSEAR
Zoológico de São Paulo - av. Miguel Stéfano,
4.241, tel. 0/xx/11/5073-0811. De terça a
domingo e feriados, das 9h às 17h.
Ingressos: adultos e crianças acima de 12
anos pagam R$ 12; de 7 a 12 anos, R$ 3.
Site: www.zoologico.sp.gov.br.
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