São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

Hora de dizer adeus

Desenhar, escrever carta ou ler um livro ajudam a entender a morte do bicho de estimação

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Ricardo Levi, 10, que já ficou triste por perder vários bichos, como o hamster Zoloft

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Jogar bolinha, dar comida, fazer carinho. Quando o assunto é aquele bichinho de estimação que adora brincar, quase tudo é gostoso de se fazer. Menos na hora de dizer adeus.
Heloisa Helena de Lima, 14, sabe bem o que é isso. Dos 15 cachorros que já teve, 6 morreram. Mas ela se emociona mais quando fala de uma em particular.
"A Madonna era diferente. Era linda: quando chovia, ela ficava com a boca aberta tentando comer as gotas d'água. Sempre choro quando me lembro dela."
Ricardo Levi, 10, é outro que já viveu essa situação algumas vezes. Na lista de bichos que morreram, estão peixe, hamster, cachorro, gato, tartaruga, porquinho-da-índia... "Sinto saudades, mas fui me acostumando", diz. Mesmo assim, ele fica chateado um tempo quando perde algum animal.
Quando a gata Zelda morreu, Giancarlo Vargas, 9, achou um jeito de se consolar. "Via as fotos dela no celular. Isso me ajudou a me sentir um pouco melhor."
Marina Scherer Ferreira, 12, também sofreu muito quando perdeu seu primeiro bicho. "A morte da Pérola foi a maior decepção da minha vida, chorava muito. Não sabia o que eu ia fazer sem ela", diz, emocionada.
Depois de um tempo, sua família resolveu adotar outro animal. A Marina queria uma igual à Pérola, mas foi conquistada por uma outra gata que veio para acabar com a tristeza da menina. O nome dela é Allegra.

Um novo amigo
Várias famílias resolvem adquirir um novo animal quando um morre. Mas isso deve ser feito com cuidado, na opinião da psicóloga Cibele Marras. "É importante ter um tempo para ficar triste e sentir a perda", diz.
"E saber que o novo animal não vai substituir o outro. Vai ser preciso construir uma nova relação. O que morreu não volta mais", afirma a especialista.

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