São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

História

Os primeiros vôos do menino Alberto

O aviador brasileiro Santos-Dumont embarcou nos livros do francês Júlio Verne durante a infância na fazenda

RONEY CYTRYNOWICZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 23 de outubro, Dia da Aviação, completam-se 101 anos do primeiro vôo de Alberto Santos-Dumont com o 14 Bis. O aviador tinha, na época, 33 anos, mas quando será que ele começou de verdade a imaginar a possibilidade de um dia voar?
Foi durante a infância, ao mergulhar nos livros de ficção científica do escritor francês Júlio Verne (1828-1905), em romances como "Vinte Mil Léguas Submarinas", "Cinco Semanas num Balão", Da Terra à Lua" e "Volta ao Mundo em 80 Dias" -leia mais ao lado.
Foi assim que o menino, nascido em 1873, primeiro imaginou as aventuras fantásticas da "locomoção aérea". As histórias de Verne acenderam a imaginação do aviador na infância na fazenda de café mineira.
No livro "O que Eu Vi, o que Nós Veremos", Santos-Dumont escreveu: "As primeiras lições que recebi de aeronáutica foram-me dadas pelo nosso grande visionário: Júlio Verne".
Ao rememorar os anos de infância, no livro "Os Meus Balões", o inventor não economizou palavras para o escritor francês: "Meu autor favorito era Júlio Verne. A sadia imaginação desse grande escritor, atuando com magia sobre as imutáveis leis da matéria, fascinou-me desde a infância. Nas suas concepções audaciosas eu via, sem nunca me embaraçar em qualquer dúvida, a mecânica e a ciência dos tempos do porvir".

Máquinas voadoras
Em 1888, aos 15 anos, em uma viagem a São Paulo, o jovem Santos-Dumont viu um balão em pleno vôo.
Dali em diante não parou mais de estudar e projetar máquinas voadoras. Até que, em 1906, levantou vôo sobre Paris com o 14 Bis - um ano após a morte de Júlio Verne, aos 77 anos.


RONEY CYTRYNOWICZ é historiador e escritor, autor do livro infantil "Quando Vovó Perdeu a Memória" (Edições SM).

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