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São Paulo, sábado, 20 de novembro de 2004

Botando a cabeça pra brincar

Fernando Donasci/Folha Imagem
Gabriela, de 7 anos, que reinventou o jogo Cara a Cara, com desenhos de bichos


Crianças se divertem criando e adaptando seus brinquedos

ALEXANDRA MORAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Que tal criar uma brincadeira nova? Ou adaptar um brinquedo que é vendido em lojas para deixá-lo com um jeito que lhe agrade mais? Foi assim que algumas crianças fizeram sua própria diversão. Sem precisar de muito dinheiro e contando com a própria imaginação, elas transformaram em brincadeira materiais como botões, canetinhas, lápis de cor, retalhos e objetos que às vezes ficam largados pela casa sem utilidade.
Caroline, 11, conta que na sua escola as crianças até pouco tempo atrás praticavam um esporte chamado Babol. "O jogo foi inventado há uns cinco anos, por um pessoal que hoje deve estar no segundo colegial", conta Caroline. O Babol é jogado por dois times, com três pessoas em cada um, e uma bola de isopor. O objetivo é deixar a bola cair no campo do time adversário. É uma mistura de vôlei e queimada. Os campos são separados por uma vassoura deitada no chão. "Agora proibiram o Babol na escola, porque outro dia acertaram a bola numa funcionária, sem querer", lamenta a menina. "Mas fizeram uma adaptação, estavam jogando com tupperware outro dia, pelo que eu vi."
Na escola de Camila, 10, também há um novo jogo rolando. Tem o curioso nome de Maria Micada e envolve personagens históricos das monarquias brasileira e portuguesa: dom Pedro 1º, dom Pedro 2º, dom João 6º, princesa Isabel, escravos e dona Maria, a Louca, que é a Maria Micada. Camila e suas amigas desenham as cartas e jogam "com no mínimo três e no máximo cinco pessoas". O objetivo é tentar descobrir a Maria Micada e tirá-la da mão de outro jogador. "O legal é quando chega no final e uma fica puxando a carta da outra."

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