Crianças
São Paulo, sábado, 23 de maio de 1998

Dança e teatro entram no picadeiro

Circos de hoje, inovadores como o Cirque Du Soleil, do Canadá, são chamados de novo circo. Como qualquer arte, o circo muda de acordo com o seu tempo. Com o surgimento das escolas de circo, a tradição deu espaço a novas idéias. A pesquisadora Alice Viveiros de Castro, da Funarte, acredita que o novo circo "é um nome que deram ao circo mais ligado ao nosso tempo". É como na dança, em que existe a clássica e a moderna. Para Alice, "isso não garante a qualidade de nenhum espetáculo. Podem existir espetáculos de dança clássica ótimos e outros chatíssimos, assim como na moderna".
Existem no Brasil diversos artistas que seguem uma tendência menos tradicional. Ele usam músicas atuais, mudam o visual das roupas, acrescentam dança e teatro nos números. Em geral, são os grupos que vieram das escolas de circo. O primeiro deles foi grupo carioca A Intrépida Trupe, que se reuniu pela primeira vez para se apresentar na Copa do Mundo de Futebol de 1986.
Depois vieram outros como o Teatro de Anônimo, também do Rio de Janeiro, e os paulistanos Acrobático Fratelli, Circo Mínimo, Cia. Cênica Nau de Ícaros, os mineiros do Trampolim e Armatruks, entre outros. Todos têm em comum a aproximação do circo com o teatro.
Nenhum desses grupos têm uma lona própria nem escolheram seguir viajando, como os circos tradicionais. Seus espetáculos são apresentados em teatros ou em eventos. Alguns deles têm escolas de circo em que formam ou reciclam profissionais.
Um livro um CD e 4 selos A Funarte e a editora Atração lançam este mês o livro "O Circo no Brasil", com um CD com piadas clássicas e números de palhaços bem engraçados. O livro é grande, tem capa dura e conta a história do circo com um texto, de Antônio Torres, e fotos antigas, que foram escolhidas por Alice Viveiros de Castro. O jornalista Márcio Carrilho colaborou. O livro custa R$ 80,00.
O CD "Circo" tem participações dos palhaços Arrelia, Figurinha, Picolino e Pururuca e de Antônio Nóbrega. É vendido separado por R$ 18,00. A Atração vende ambos pelo telefone 011/813-6944.
A Funarte e os Correios fazem uma homenagem ao centenário do palhaço Piolin (em 97) e lançam agora quatro selos sobre circo, criado pelo palhaço Dudu, artista plástico e filatelista. Os selos comemoram também os 15 anos da Escola Nacional de Circo, que aconteceu no ano passado.
O Clube da Medalha, que pertence à Casa da Moeda, resolveu entrar na festa do circo e fez medalhas de ouro, prata e bronze que têm Piolin de um lado e uma imagem da Escola Nacional de Circo do outro. Segundo Alice, o circo ganha com isso "reconhecimento de nível internacional".

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Crianças
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.