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Dança e teatro entram no picadeiro
Circos de hoje, inovadores como o
Cirque Du Soleil, do Canadá, são chamados de novo circo. Como qualquer
arte, o circo muda de acordo com o
seu tempo. Com o surgimento das escolas de circo, a tradição deu espaço a
novas idéias. A pesquisadora Alice
Viveiros de Castro, da Funarte, acredita que o novo circo "é um nome
que deram ao circo mais ligado ao
nosso tempo". É como na dança, em
que existe a clássica e a moderna. Para Alice, "isso não garante a qualidade de nenhum espetáculo. Podem
existir espetáculos de dança clássica
ótimos e outros chatíssimos, assim
como na moderna".
Existem no Brasil diversos artistas
que seguem uma tendência menos
tradicional. Ele usam músicas atuais,
mudam o visual das roupas, acrescentam dança e teatro nos números.
Em geral, são os grupos que vieram
das escolas de circo. O primeiro deles
foi grupo carioca A Intrépida Trupe,
que se reuniu pela primeira vez para
se apresentar na Copa do Mundo de
Futebol de 1986.
Depois vieram outros como o Teatro de Anônimo, também do Rio de
Janeiro, e os paulistanos Acrobático
Fratelli, Circo Mínimo, Cia. Cênica
Nau de Ícaros, os mineiros do Trampolim e Armatruks, entre outros. Todos têm em comum a aproximação
do circo com o teatro.
Nenhum desses grupos têm uma lona própria nem escolheram seguir
viajando, como os circos tradicionais. Seus espetáculos são apresentados em teatros ou em eventos. Alguns
deles têm escolas de circo em que formam ou reciclam profissionais.
Um livro um CD e 4 selos
A Funarte e a editora Atração lançam este mês o livro "O Circo no
Brasil", com um CD com piadas
clássicas e números de palhaços bem
engraçados. O livro é grande, tem capa dura e conta a história do circo
com um texto, de Antônio Torres, e
fotos antigas, que foram escolhidas
por Alice Viveiros de Castro. O jornalista Márcio Carrilho colaborou. O livro custa R$ 80,00.
O CD "Circo" tem participações
dos palhaços Arrelia, Figurinha, Picolino e Pururuca e de Antônio Nóbrega. É vendido separado por R$
18,00. A Atração vende ambos pelo
telefone 011/813-6944.
A Funarte e os Correios fazem uma
homenagem ao centenário do palhaço Piolin (em 97) e lançam agora quatro selos sobre circo, criado pelo palhaço Dudu, artista plástico e filatelista. Os selos comemoram também os
15 anos da Escola Nacional de Circo,
que aconteceu no ano passado.
O Clube da Medalha, que pertence à
Casa da Moeda, resolveu entrar na
festa do circo e fez medalhas de ouro,
prata e bronze que têm Piolin de um
lado e uma imagem da Escola Nacional de Circo do outro. Segundo Alice,
o circo ganha com isso "reconhecimento de nível internacional".
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