São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2009

Mundo

Barry na Casa Branca

Crianças de várias cidades dos Estados Unidos vão à cerimônia de posse do democrata Barack Obama, 47, novo presidente americano, o primeiro negro da história do país

ADRIANA ABUJAMRA AITH
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM WASHINGTON

Os irmãos Quinn, 10, e Qaden Fox, 8, acordaram de madrugada na última terça e enfrentaram um frio que atravessava luvas e casacos. Seus amigos em Indianápolis (Indiana), nos Estados Unidos, ainda não tinham levantado para ir à escola, e os dois já estavam a caminho de Washington para celebrar um dia especial.
"Vou poder contar para todo mundo que eu estava lá quando o primeiro presidente negro dos Estados Unidos tomou posse", diz.
O menino batalhou bastante para chegar ali. Ele escreveu uma carta para um senador e conseguiu dois ingressos para assistir à posse de Obama bem de perto, na área reservada para convidados. Quando os ingressos chegaram pelo correio, Quinn começou a gritar e a correr por toda a casa. Ele viajou nove horas de sua cidade até Washington, a capital do país.
Quase 2 milhões de pessoas foram à posse de Obama. Na estação de metrô em que desceu para o grande dia, Quinn não podia pular nem se mexer. Esmagado entre casacos e gente -muita gente-, seguia as coordenadas dos funcionários do metrô sem conseguir sair do lugar: "Calma! Paciência! Agora, andem, andem! Continuem!"
Enquanto aguardava para sair dali, o garoto matutava: "Quando eu crescer, quero ser presidente ou arquiteto. Ainda não decidi".

O que é 1 milhão
Um dos primeiros ônibus a chegar para a festa trouxe uma turma de 20 crianças de Los Angeles, na Califórnia. Enquanto a professora contava os alunos para não perder ninguém na multidão, as crianças conversavam. Tallulah Jones, 12, nunca tinha visto tanta gente. "Uau! Agora entendi o que significa 1 milhão!"

Presente de aniversário
Perto do local da posse, a turma de Los Angeles sentou no chão com um baralho para passar o tempo. "Hoje é aniversário do Osvaldo", Tallulah lembrou. Perguntaram se ele já tinha recebido presente. "Só um pacote de marshmallow até agora", contou Osvaldo Rodriguez, 10. "Mas estar aqui agora é um presentão."

Multidão congelada
O sol apareceu, mas não espantou o frio. Benjamin Nelly, 11, de Connecticut, tremia e segurava duas bandeirinhas americanas nas mãos. Foi se esquentar dentro do Museu Nacional da História Americana. "Sabe o que vou lembrar da posse? Que tinha muita gente e que eu quase congelei!"

Fim da chatice
No Museu Nacional da História Americana, os gêmeos Emile e Emilia Pitt, 9, seguravam os cartazes. "Tenho um pedido para o Obama", disse Emile. "Quero que ele faça os professores darem atividades mais legais. Meus amigos que não vieram aqui devem estar agora naquela chatice conferindo a lição de casa."

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