São Paulo, sábado, 1 de janeiro de 1994 |
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Passarinho dá 'Manual dos Inquisidores' a Genoino Livro diz que direito de defesa atrasa o processo DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Se depender do presente do presidente da CPI, senador Jarbas Passarinho (PPR-PA), o deputado José Genoino (PT-SP) terá mais argumentos para fazer perguntas duras nos depoimentos na comissão. Passarinho comprou para o deputado o livro "Manual dos Inquisidores" como presente de fim-de-ano.O senador quis fazer uma provocação ao deputado. Aproveitou o dia de folga e foi até a livraria Sodiler, num dos shoppings mais movimentados de Brasília. O objetivo de Passarinho era comprar um livro que tratasse sobre o pós-marxismo, mas em uma olhada pelas prateleiras acabou se fixando num livro próprio para o momento. Conhecido por conduzir os trabalhos da CPI sem agressividade, Passarinho acabou dando um fora em sua escolha literária. Ao contrário do que prega na CPI, o livro "Manual dos Inquisidores" defende a prática da tortura: "Tortura-se o acusado que vacilar nas respostas." Genoino foi torturado durante os governos militares. O livro questiona também o direito de defesa: "O direito de defesa deve ser concedido algumas vezes porque em outros casos atrasa o processo", aconselha. O "Manual dos Inquisidores" foi escrito em 1376 por Nicolau Eymerich e revisto e ampliado por Francisco de La Pena em 1578. "Vou levar este livro para um rapaz que está fazendo inquisições", disse Passarinho à vendedora. O preço do livro (CR$ 5,650) surpreendeu o senador: "Como está caro." Texto Anterior: Subcomissão identifica os 26 que chefiavam o Orçamento Próximo Texto: Aleluia nega irregularidade Índice |
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