São Paulo, sábado, 1 de janeiro de 1994
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Tenistas têm ódio do "juiz eletrônico"

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa Hopman é sempre interessante. É um torneio festivo, disputado com muita descontração. Na edição do ano passado, a Alemanha deu um passeio, vencendo fácil com a charmosa dupla Steffi Graf e Michael Stich.
Neste ano, a principal atração passa a ser uma inovação tecnológica, o "juiz eletrônico" em todas as linhas da quadra. É um grande passo adiante do "sensor de solo", um sistema eletrônico mais simplório usado desde 1987 nas quadras centrais de alguns templos do tênis mundial, mas restrito às linhas de serviço –o que ajuda muito em saques a 200 km/h.
O novo sistema tem dois desafios. Um deles, exclusivamente técnico, é demonstrar eficiência nos testes de campo. O outro desafio é mais complicado: a desconfiança de jogadores e público.
É pena que John McEnroe desistiu de participar do torneio. Seria o piloto-de-testes perfeito para o novo sistema. "Big Mac" foi o primeiro a testar o "sensor de solo" em 1987, proporcionando uma das cenas mais hilariantes do esporte. Revoltado, ficou xingando as linhas da área de saque como se fossem pessoas, enquanto a platéia estourava de tanto rir.
Palhaçadas à parte, a cena protagonizada por McEnroe é simbólica. Quem acompanha os bastidores do circuito sabe que todos os jogadores odeiam o sensor. É lógico, já que um juiz humano pode ser intimidado por reclamações. E o público? Numa pesquisa no US Open 91, 75% dos entrevistados votou contra o sensor. Afinal, todo mundo gosta de vaiar numa bola duvidosa. Para os tradicionalistas, só resta torcer para muitas falhas no sistema.

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