São Paulo, terça-feira, 4 de janeiro de 1994
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Flávio Maluf terá que depor novamente

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro Flávio Maluf, filho do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), terá que depor novamente na PF (Polícia Federal), no inquérito que investiga o caso Paubrasil. A polícia suspeita que ele tenha arrecadado dinheiro de empresários para as campanhas políticas de seu pai, independente do esquema montado pelo pianista João Carlos Martins, dono da Paubrasil Engenharia e Montagens Ltda. Flávio Maluf não foi localizado ontem pela Folha. Sua secretária, Laíde, informou que ele só retorna a São Paulo na próxima segunda-feira.
As suspeitas da PF decorrem da movimentação bancária feita por Flávio Maluf no banco Sistema. Os primeiros dados fornecidos pelo Banco Central indicam que em 1992 ele recebeu diversos depósitos de empreiteiras que não figuram na lista dos colaboradores das campanhas malufistas elaborada por Martins.
Uma dessas empreiteiras é a Serveng-Civilsan S/A, que teria feito quatro depósitos na conta de Flávio Maluf às vésperas da eleição de 1992. "Não me recordo disso", disse o diretor financeiro da construtora, Manoel Alabarce. "Não tenho conhecimento de pagamentos feitos a Flávio Maluf", afirmou. A Serveng é uma das empreiteiras que prestam serviços à prefeitura de São Paulo.
Outra empresa contratada pela prefeitura também teria feito depósitos na conta de Flávio Maluf: Vanguarda Serviços de Segurança. Em 1993, a administração de Maluf teria pago cerca de US$ 400 mil à Vanguarda. Ontem às 18h, o inspetor Mauro Santos disse que os diretores da empresa não estavam.
A PF suspeita que, além da Paubrasil, tenha havido um outro esquema de arrecadação de recursos para as campanhas malufistas. Em seu depoimento, Martins afirmou que a Paubrasil foi responsável apenas por uma parte do financiamento das campanhas.

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