São Paulo, terça-feira, 4 de janeiro de 1994
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Humilhação em Detroit

FÁBIO SORMANI

Bicampeão da NBA nas temporadas 88/89 e 89/90, o Detroit Pistons é hoje um dos piores times do basquete profissional norte-americano. Venceu apenas 8 de seus 28 jogos e se a fase de classificação terminasse hoje estaria fora dos playoffs pelo segundo ano consecutivo.
Os Pistons estão em franca decadência. Perdeu seus principais jogadores que formavam a base da equipe bicampeã da liga. O pivô James Edwards, veteraníssimo, curte seus últimos momentos na NBA com a camisa dos Lakers de Los Angeles. Dennis Rodman, o "homem-rebote", foi para o San Antonio Spurs. E Bill Laimbeer, o pior dos "bad boys" de Detroit, responsável pela garra da equipe dentro das quadras, retirou-se no final do ano passado.
Dos titulares daquela supermáquina que humilhou os Lakers nas finais do campeonato de 88/89 (foram 4 a 0 na despedida de Kareem Abdul-Jabbar) sobraram apenas os armadores Isiah Thomas e Joe Dumars. Os dois já romperam a barreira dos 30 –Isiah está com 32 e Dumars com 30– e parecem não ser mais o fluído de que tanto necessita os Pistons.
Agora surge uma informação veiculada em um jornal de Detroit de que Isiah está trocando os Pistons pelo New York Knicks. O martelo pode ser batido amanhã, em reunião envolvendo os executivos das duas equipes.
A negociação seria a seguinte: Isiah vai para Nova York e os Pistons recebem em Detroi o ala Tony Campbell, além do direito do primeiro "draft" dos Knicks na cerimônia deste ano.
Apesar da idade de Isiah, sua presença no time é muito mais importante do que a de Tony Campbell. Além disso, por contar com uma equipe forte, os Knicks não terão direito a um bom "draft". Assim, os Pistons não teriam uma boa escolha a fazer.
Alguma coisa, no entanto, tem de ser feita. O dono dos Pistons, William M. Davidson, está desesperado. A equipe tem hoje o penúltimo ataque mais positivo do campeonato, é apenas o 18.º em arremessos (excluindos os lances-livres) e o 25.º em rebotes. Entre os 27 times da liga, fica à frente apenas dos fraquíssimos Milwaukee Bucks e Dallas Mavericks.
A NBA deveria rever os critérios do "draft", reestudar a lei do passe e o teto salarial dos times para evitar que equipes como o Detroit Pistons, com tradição dentro da liga norte-americana, passe por humilhações como essa.

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