São Paulo, terça-feira, 4 de janeiro de 1994
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Goleiro volta à seleção

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

José René Higuita não tem o talhe e o porte de goleiro. Com 1,74 m e 70 kg, também não ostenta o talhe e o porte de um zagueiro. Talvez por isso ele seja um e outro ao mesmo tempo. Nascido na periferia de Medellín, em 18 de agosto de 1966, era na infância um atacante de várzea que ocupava a meta de seu time quando o arqueiro faltava. Nos juvenis do Nacional de Medellín, jogou de zagueiro a ponteiro. Luís Cubilla decidiu fixá-lo no arco por causa da sua elasticidade.
Foi Francisco Maturana, porém, quem transformou Higuita no goleiro-líbero do time e da seleção, com autorização para avançar. Frase de Maturana: "No futebol de hoje, quase ninguém chuta de longe. Por que vou desperdiçar uma posição?".
Mas, um ano atrás, ele se envolveu num caso de sequestro. Acusado de cumplicidade, Higuita ficou preso quase oito meses e só foi libertado por um indulto de Natal. Ao sair, enviou um recado a Maturana: "Quero o meu lugar na seleção". O mister gostou: "Em forma, Higuita é o meu número um". (SL)

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