São Paulo, terça-feira, 4 de janeiro de 1994 |
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Ciclo reencontra o grande cinema italiano
INÁCIO ARAUJO
A começar por Fellini, aqui representado por "Abismo de um Sonho" (1952), o primeiro longa que assinou sozinho, onde já se pode notar uma marca registrada de seus filmes: a mistura abusiva entre ficção e realidade, a partir da das quimeras que uma recém-casada elabora a partir da literatura que conhece. Se Fellini é tomado em começo de carreira, as coisas se passam de outro modo com Roberto Rossellini. Em 1966, quando fez "A Tomada por Luís 14", continuava à frente de seu tempo, preocupado em associar cinema e TV. A produção é para a TV francesa e até hoje é um modelo de filme histórico: o essencial é a maneira como Luís 14 submete os nobres franceses e instaura a monarquia absoluta, a poder de pompa e circunstância. Os outros filmes não passarão vergonha perto desses. Em "A Grande Guerra", Mario Monicelli oscila da comédia à tragédia a partir de dois soldados que se encontram no fronte dos Alpes, em 1917. O filme ganhou o Leão de Ouro em Veneza (1959) e tem como apoio dois atores formidáveis: Sordi e Gassman. "A Lenda do Santo Beberrão", de Ermano Olmi, também vem com o grande prêmio de Veneza (em 1988). "Venha Dormir Lá em Casa Esta Noite" (1972) tem como principal atrativo o fato de ser um Dino Risi pouco conhecido. E "As Mil e Uma Noites" é um "tour de force" em que Pasolini vasculhou o Oriente em busca do otimismo que na ocasião –1974– procurava, talvez já desesperadamente. (Inácio Araujo) Texto Anterior: Hollywood perde mais um amante latino Próximo Texto: Smilla vê a neve Índice |
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