São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Sarney articula rompimento com governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente José Sarney e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia se aliaram ontem para tentar levar o PMDB a romper com o governo Itamar Franco, que, segundo Sarney, "se distanciou da classe política".
A aliança entre os dois grupos vai rachar a direção do PMDB. O grupo liderado pelo líder do governo no Senado, Pedro Simon (RS), e pelo ex-ministro da Previdência Antônio Britto é contra o rompimento.
Sarney confirmou na reunião que permanece no PMDB, mas anunciou que não é mais candidato à Presidência da República. "Quero ser um grande eleitor dentro do PMDB. E as pesquisas eleitorais mostram que tenho autoridade para isso", disse Sarney. A reunião contou com a presença dos governadores Luiz Antônio Fleury Filho (SP), Iris Rezende (GO) e Jáder Barbalho (PA).
O grupo não afastou a hipótese de apoiar a candidatura do ex-ministro da Previdência Antônio Britto à sucessão presidencial, mas defendeu que, antes disso, o partido faça, segundo Sarney, "uma caravana democrática por todos os Estados". Foi definido o que Quércia chamou de "um critério político" para a escolha do candidato do partido. "O candidato será aquele que estiver melhor nas pesquisas e com maior capacidade de unificar o partido e de trazer o apoio de outras legendas", disse Fleury.
"Agora é o momento de o partido romper com o governo definitivamente", disse Barbalho. Foi apoiado por Fleury e pelo governador de Goiás, Iris Rezende. Os governadores e Sarney decidiram instruir suas bancadas na Câmara a votar contra a indicação de um peemedebista para líder do governo. Quércia afirmou que não irá "trabalhar" pelo rompimento, mas não poupou críticas ao plano econômico: "Eu acho graça do plano. O ministro da Fazenda sempre fez planos, mas não sabe executá-los."

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