São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Vazamento provoca ofensas na comissão

Passarinho teve que medir pressão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vazamento de informações causou mais uma crise na CPI do Orçamento ontem. O deputado José Lourenço (PFL-BA) xingou de "viado, filho da puta e irresponsável" o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que divulgou uma lista com os nomes dos 127 parlamentares que assinaram as emendas incluídas no Orçamento de 92 depois que este tinha sido votado no Congresso. A situação ficou tão tensa que o senador Jarbas Passarinho (PPR-PA) deixou o plenário para medir a pressão.
"Minha pressão sobe quando há muita emoção. E hoje foi demais", disse. "Estou chegando à intolerância", afirmou Passarinho, revoltado com o que ele chama de "exploração política" dos trabalhos da CPI.
Lourenço abordou Suplicy na sala da CPI aos gritos. Ele ameaçou "quebrar a cara" de Suplicy e do senador Paulo Bisol (PSB-RS), a quem também atribuía a notícia.
Jornais de vários Estados publicaram manchetes sobre o suposto envolvimento dos políticos noutro escândalo sem as explicações de Suplicy. Segundo ele, os autores das emendas não cometeram atos ilícitos. O deputado Luís Eduardo (BA), também listado, pediu satisfação a Suplicy. De nada adiantaram as explicações dadas pelo senador, isentando de culpa os autores das emendas. "Ah, pô! Agora? De que adianta explicar depois que as manchetes foram publicadas?", disse. Até o deputado José Genoino (PT-SP) criticou o vazamento: "Jogaram lama no ventilador, para não ditra coisa."

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