São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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CET reduziu número de funcionários desde 1992

DA REPORTAGEM LOCAL

Na gestão do prefeito Paulo Maluf foram demitidos 870 funcionários da CET. Em 92, a CET possuía 4.070 funcionários. Hoje eles são 3.200. Trabalhavam na fiscalização e operação do trânsito 1.030 pessoas. O número caiu no ano passado para 843. Para o Sindviários, sindicato que reúne os trabalhadores da CET, o que está por trás do "projeto Ricardão" é o desmantelamento da estrutura de trânsito de São Paulo.
"A CET está substituindo profissionais por bonecos porque demitiu funcionários no ano passado, teve um corte de quase US$ 40 milhões no orçamento deste ano e não vai conseguir sobreviver sem despedir mais funcionários", disse Maria Luiza dos Santos, presidente do sindicato.
O presidente da CET, Gilberto Lehfeld, afirma que os bonecos não vão tirar o lugar de ninguém. Ele nega que vá demitir mais gente e acredita que a saída para a falta de recursos do órgão é um pedido de suplementação de verbas, "se necessário".
O secretário de Transportes da administração passada, Lúcio Gregori, afirma que o Ricardão é reflexo das demissões e da crise por que passa a CET. "Não há outra saída; eles precisam brincar de colocar bonecos para substituir os funcionários". Gregori define a situação como uma brincadeira: "É muito pós-moderna para o meu gosto".
O Sindviários acusa ainda a CET de estar remanejando 10% do efetivo de toda a cidade para fiscalizar as marginais. "Eles estão cobrindo um santo para descobrir outro só porque a imprensa está em cima desta história dos bonecos", disse Maria Luiza.
Para Lehfeld, o deslocamento é "comum" nesta época do ano. "Em janeiro, a cidade inteira fica mais vazia, o que não acontece com as marginais. Deslocamos só 30 amarelinhos."

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