São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Diminuem juros no mercado futuro

RODNEY VERGILLI
DA REDAÇÃO

O mercado reviu ontem suas expectativas de desvalorização cambial e de custo do dinheiro para janeiro. O BC realizou dois leilões de compra no mercado de dólar cambial, projetando taxa de desvalorização de 38,94% para este mês, contra 39,19% no dia anterior.
O mercado futuro de IGP-M manteve ontem a previsão inflacionária para janeiro em 40,58%, mas sobra dinheiro no mercado financeiro com o cancelamento pela terceira vez consecutiva dos leilões de BBCs.
O governo está tentando retirar um pouco do dinheiro em circulação através da colocação de NTNs cambiais. Ontem, foram colocados 56 milhões de NTNs cambiais de vencimento em abril com juro de 25,27% ao ano e 23,8 milhões de papéis com correção cambial e juro de 25,51% ao ano com vencimento em maio.
O mercado está preocupado também com a dificuldade que o BC está tendo para manter sua promessa de unificação das taxas do dólar comercial com o flutuante. As cotações do comercial estão superando a do flutuante.
Os negócios com dólar no mercado futuro são crescentes. Ontem, na BM&F, ocorreu recorde de negócios com dólar com 96.072 contratos. O recorde anterior foi de 75.873 contratos em 12 de novembro de 1993.
Ontem, no mercado futuro de DI, a expectativa de custo do dinheiro para este mês caiu de 43,70% no dia anterior para 43,34% ontem. Os juros dos CDBs declinaram em média 444 pontos em relação à media do dia anterior.
O presidente da BM&F, Manoel Pires da Costa, diz que a queda na expectativa de juro menor no mercado futuro reflete uma maior circulação de dinheiro no mercado e a crença de que não haverá descontrole inflacionário.
As Bolsas operaram ontem em alta com aumento no volume de negócios. O índice Bovespa registrou valorização de 5,1% e o indicador da congênere carioca teve alta de 6,8%. (Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 50,08% e 50,13% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 38,4990%. CDBs prefixados negociados ontem: de 10.140% a 10.450% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 18,6% a 22,0% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 50,12% a 50,44% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 10.250% a 10.480% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6%. Libor: 3,4375%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 5,1%, fechando com 42.104 pontos e volume financeiro de CR$ 65,18 bilhões. Rio: alta de 6,8% (I-Senn), fechando com 16.302 pontos e volume financeiro de CR$ 12,8 bilhões.
Bolsas no exterior
Londres: fechamento a 2.456,5 pontos, contra 2.552,20 pontos no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 17.783,48 pontos, contra 17.369,74 pontos no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 341,790 (compra) e CR$ 341,800 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 336,470 (compra) e CR$ 336,490 (venda). "Black": CR$ 333,00 (compra) e CR$ 337,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 330,00 (compra) e CR$ 333,00 (venda). Dólar-turismo: CR$ 325,00 (compra) e CR$ 335,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,64%, fechando a CR$ 4.230,00 o grama na BM&F.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,4867. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,7395 marco alemão. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 391,10, contra US$ 394,10 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para dezembro fechou em 43,34% e para janeiro em 44,02%. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 64.300 pontos, projetando uma lucratividade de 43,75% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial ficou em 41,20% ontem, contra 41,45% no dia anterior.
Receita multa 540 comerciantes no país; Contratos negociados na BM&F aumentam 34%; Última pacela do Fundo 157 será liberada dia 10; Cafeicultores poderão pagar dívida com produto; Volkswagen vende 40% mais no ano passado
06/01/94
Autor: CLAUDIA . ALSO
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Edição: NacionalTamanho: G 316 palavrasJAN 6, 1994
Seção: COLUNÃO
Receita multa 540 comerciantes no país
Nos primeiros sete dias de blitz da Receita Federal para punir comerciantes que não emitem nota fiscal, foram multados 540 dos 11.200 estabelecimentos visitados no país, no período entre 23 e 30 de dezembro, segundo o coordenador de Fiscalização da Receita, Luis Henrique Barros Arruda. As multas aplicadas geraram uma receita de 2,650 milhões de Ufir.

Contratos negociados na BM&F aumentam 34%
A BM&F movimentou 60 milhões de contratos em 93 com crescimento de 34% em relação ao ano anterior. Com isso ela passa a ser a 6.º maior Bolsa de futuros do mundo. O presidente da BM&F, Manoel Pires da Costa, disse ontem que o volume financeiro em dólar cresceu 135% em relação a 93. A Bolsa deve aumentar o seu pregão com a compra de um nova prédio.

Última pacela do fundo 157 será liberada dia 10
A última metade das cotas do dinheiro aplicado no fundo 157, na época da declaração do IR de 83 (ano-base de 82), pode ser retirado a partir do dia 10 deste mês. O saque deve ser feito na instituição onde ele foi aplicado. Os documentos necessários são: CIC e RG (para pessoa jurídica o CGC), extrato da instituição financeira.

Cafeicultores poderão pagar dívida com produto
O governo vai permitir que os cafeicultores paguem uma dívida de US$ 50 milhões com a entrega do produto para cumprir com o programa de retenção. A transformação da dívida dos cafeicultores em estoques públicos foi autorizada pela resolução 144, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional em novembro passado.

Volkswagen vende 40% mais no ano passado
As vendas de automóveis da divisão Volkswagen da Autolatina cresceram 40% em 93, em relação ao ano anterior, segundo relatório da montadora divulgado ontem. Este é o melhor resultado de vendas de automóveis desde 80. O total das vendas foi 39% maior que o de 92. No segmento de comerciais leves foram vendidas 31% a mais do que em 92.

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