São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Governo francês quer dar a juízes poder sobre reprodução assistida

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da França anunciou ontem que vai exigir que qualquer implante de embriões capaz de dar filhos a casais inférteis passe pela arbitragem de um juiz. O gabinete pretende propor este mês ao Senado novas leis endurecendo o controle sobre a reprodução assistida –o conhecido "bebê de proveta".
"Queremos estar o mais próximo possível da natureza e evitar práticas de engenharia genética", disse a ministra da Ação Social Simone Veil. Para ela, devem ser "impostos limites, sem impedir que mulheres inférteis possam ter filhos, se desejarem".
Segundo a ministra, o governo quer tomar um cuidado especial nos casos em que não há laço biológico entre o casal e o embrião. As leis propostas mantêm uma série de outras medidas que já passaram pela Assembléia Nacional (a Câmara de deputados francesa) há 14 meses.
Entre essas medidas estava a exigência de que o casal estivesse em idade fértil quando o embrião fosse implantado, prática já existente nas clínicas do país. Esta semana, o ministro da Saúde Philippe Douste-Blazy causou polêmica ao anunciar que a fertilização artificial seria proibida para mulheres na menopausa.
Não foi mencionado se será permitida a inseminação de mulheres que vivem sozinhas ou de viúvas (com o esperma do marido morto).
A controvérsia em torno da reprodução assistida surgiu depois que uma britânica de 59 anos teve gêmeos no Natal e que uma mulher negra deu à luz um filho branco implantado artificialmente na Itália.

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