São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994
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Costa não explica seu IR e acusa líderes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador e ex-ministro da Integração Regional Alexandre Costa (PFL-MA) não soube explicar por que omitiu de sua declaração de renda um aumento em seu patrimônio de US$ 190 mil em 1990. Ele também deixou de declarar US$ 97 mil em cadernetas de poupança no mesmo ano.
"Foi um assessor quem fez a declaração", alegou Costa, que diz receber CR$ 53 milhões por mês na poupança, "o suficiente para pagar mais de 81 senadores". A origem seria a desapropriação de um terreno em São Luiz (MA), em 1980.
Alexandre Costa admitiu ter conhecimento da corrupção na Comissão de Orçamento e acusou os líderes dos partidos no Congresso. "Só um homem vindo de Marte ou de Vênus é capaz de fazer um Orçamento todo fraudado sem a concordância dos líderes da Casa", disse.
Costa depôs para um grupo de parlamentares. Antes mesmo de começar a falar, recebeu um atestado de bons antecedentes do coordenador da Subcomissão de Bancos da CPI, deputado Benito Gama (PFL-BA), que atuava como relator no depoimento. "Estou convencido de que a movimentação patrimonial do senador é compatível com sua renda", disse Benito, deixando os integrantes da CPI surpresos. "Ele foi no mínimo precipitado", criticou o coordenador da Subcomissão de Emendas, deputado Sigmaringa Seixas (PSDB-DF).
Irônico, o senador demonstrou irritação quando perguntado por que manteve no cargo um diretor do Dnocs mesmo tendo sido advertido pelo Tribunal de Contas da União da existência de irregularidades na construção de barragens. "Não é porque o TCU disse que havia superfaturamento que eu iria demiti-lo", afirmou.

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