São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994
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Fleury decide manter apoio ao governo

TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, rompeu com a estratégia dos grupos quercista e sarneyzista do PMDB de levar o partido a se distanciar do presidente Itamar Franco. Fleury telefonou ontem para o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), e afirmou que é contra a revisão do apoio ao governo. "O partido já se decidiu pelo apoio e o assunto não deve voltar à pauta", disse.
O presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), decidiu que não irá colocar em discussão o apoio ao governo na próxima reunião do PMDB. "Na terça-feira, o Conselho político e as bancadas do partido na Câmara e no Senado vão se reunir para discutir a revisão. Por mim, essa pauta não será ampliada", disse.
O líder em exercício do PMDB na Câmara, Aloísio Vasconcellos (MG), é outro que apóia a proposta: "Não cabe rever a decisão. O rompimento está sendo defendido oportunisticamente. Querem deixar o Antônio Britto (ex-ministro da Previdência) sem um discurso capaz de torná-lo o candidato do PMDB à Presidência."
Em reunião na casa do ex-presidente José Sarney, na quarta passada, quercistas e sarneyzistas defenderam a revisão do apoio ao governo na próxima reunião do partido.
Com a decisão de não voltar atrás no apoio, o PMDB abre o caminho para Itamar indicar um peemedebista para a liderança na Câmara. A contrapartida será aceitar a proposta de Simon e do ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, de ocupar com indicações políticas os cargos vagos na reforma ministerial.
Nesse caso, é praticamente certa a ida do senador Antônio Mariz (PMDB-PB) para o ministério, na pasta da Agricultura ou na das Minas e Energia. Para essa última vaga, também está cotado o senador Beni Veras (PSDB-CE), opção ainda para a Indústria e Comércio. O Ministério das Comunicações continuaria com um interino, à espera de que o senador Élcio Alvares (PFL-ES) se desvencilhe da CPI do Orçamento.

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