São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994
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Especulador "vai quebrar a perna", diz o ministro

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Fernando Henrique Cardoso disse ontem que aqueles empresários que especularam com aumentos de preços no início do ano "vão quebrar a perna". Para o ministro, o governo foi firme e, através do Banco Central, não sancionou as espectativas inflacionárias do início do ano e baixou as taxas de juros.
"O governo não está de braços cruzados. A estimativa de inflação já foi revista, passando de 41% para 38%, 39% em janeiro", disse. Fernando Henrique acrescentou que os últimos aumentos de tarifas públicas sinalizaram que o governo não está prevendo uma alta da inflação.
O ministro disse ainda que os supermercadistas estão tendo dificuldade em aumentar suas tabelas. "Eles me disseram que não têm condição de repassar esses novos aumentos de preços. O povo não compra."
Fernando Henrique voltou a afirmar que os empresários não têm pretextos para disparar os preços. Segundo ele, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço) ficou em 7%, ao contrário da determinação do Confaz de passá-lo para 12% e o impacto do IPMF, o imposto sobre cheque, já foi repassado aos preços em setembro passado. "O único imposto em discussão é o de renda, mas renda não entra na formação de preço dos produtos."
O ministro disse ainda que os empresários começaram a remarcar preços pensando em um congelamento, o que não acontecerá", garantiu. Segundo ele, estão enganados os empresários que pensam que vão usar a URV como instrumento para ganhar dinheiro.
Para Fernando Henrique, a taxa de inflação só caíra quando o governo conseguir equilibrar seu orçamento. Ontem, o ministro se reuniu com Mário Covas e José Serra, líderes no Senado e na Câmara do PSDB, para discutir a aprovação do ajuste fiscal no Congresso. "As negociações continuam", disse.

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