São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994 |
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CPI convoca Fiuza para novo depoimento
INÁCIO MUZZI
Fiuza terá de explicar por que, como ministro da Ação Social, deu prioridade ao atendimento dos pedidos de concessão de subvenções patrocinados pelo deputado João Alves (sem partido-BA). A subcomissão dispõe de documentos manuscritos pelo ex-ministro determinando tal regalia. A data e a forma do depoimento de Fiuza serão definidos neste fim-de-semana. Garibaldi Alves sugerirá a Passarinho que o depoimento seja feito em conjunto às subcomissões de Subvenções Sociais, Patrimônio e Emendas, que apuraram indícios de irregularidades na atuação do deputado. Antecipando-se à convocação, Fiuza enviou ontem uma carta à CPI, onde pede para ser ouvido pelas três Subcomissões, dizendo-se ciente dos pontos de dúvida que pairam sobre sua pessoa. O documento mais importante da Subcomissão de Subvenções Sociais contra Fiuza é uma carta de oito páginas preparada pelo economista José Carlos Alves dos Santos após o primeiro depoimento do deputado, em novembro. Neste documento, José Carlos conta, em detalhes, como foram processados pelo Ministério da Ação Social, em 1992, os pedidos de João Alves, relativos a seus interesses e de protegidos. O documento revela, inclusive, que máquina de escrever e caneta foram utilizadas no despacho dos processos, abrindo uma chance de a CPI providenciar uma prova grafotécnica para textos que podem ser recuperados junto ao Ministério do Bem-Estar Social e à Secretaria do Tesouro. Na semana passada, ao ser ouvido na Polícia Federal por Garibaldi Alves, Santos insistiu para que a CPI tomasse tais providências. Até ontem, porém, a Subcomissão ainda não havia obtido os textos citados. Em seu esclarecimento à CPI, Santos explica o significado do "bilhete instrução" manuscrito por Fiuza, onde o valor de Cr$ 13 milhões (US$ 4,2 milhões em maio de 1992) aparece reservado para "entidades tradicionalmente atendidas". Estas entiddes, segundo José Carlos, são aquelas patrocinadas por João Alves e Genebaldo Correia (PMDB-BA). O economista decifra ainda um outro bilhete remetido por Fiuza a seu secretário-executivo no Ministério, Maurício Vasconcelos, mandando autorizar "80% das dotações de subvenções sociais". Segundo ele, uma "exorbitância de recursos, a que não tinha direito nem as atividades-fim do ministério". Texto Anterior: Clubes podem fazer acordo Próximo Texto: Governadores serão ouvidos hoje Índice |
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