São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994
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Desenho com os X-Men estréia na Globo

MARISA ADÁN GIL
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Este ano, quem diria, começou feliz –pelo menos para os fãs de super-heróis em geral e desenhos animados em particular. Estão chegando à telinha neste semestre duas das mais importantes séries de animação dos últimos tempos: "X-Men" e "Batman" (leia texto abaixo).
O primeiro a estrear no Brasil é o desenho dos X-Men, no ar desde segunda na Globo, dentro do TV Colosso (o horário, infelizmente, tem variado bastante, dentro de uma faixa que vai das 10h45 às 12h30). Grandes desenhos (a cargo de Mark Edward), ação, ficção científica, humor: a série tem tudo isso e mais.
Pela primeira vez, personagens da Marvel Comics ganham vida real na tela pequena. A adaptação das histórias é tão fiel que chega a ser literal. É claro que tudo está simplificado e reduzido, consequência natural da transposição do meio impresso para a televisão. Mas as liberdades tomadas são mínimas (comunicadores em vez de conversas telepáticas, por exemplo), e dizem respeito, na sua maioria, à cronologia –seria mesmo impossível resumir trinta anos de histórias em quadrinhos em alguns poucos segmentos de trinta minutos de duração (nos EUA, os episódios da TV foram readaptados para as suas próprias revistas em quadrinhos, fechando o ciclo).
Para os que acompanham a trajetória dos X-Men no papel, os desenhos da TV são um bálsamo. Resgatando os acontecimentos mais importantes da história do grupo mutante, os episódios funcionam como uma espécie de "melhores momentos". Quem não conhece os personagens não tem dificuldades em entender a idéia: o professor Charles Xavier dirige uma escola onde os chamados "mutantes" (seres com uma alteração genética que lhes confere habilidades especiais) aprendem a usar seus poderes; o objetivo é impedir a ação dos "evil mutants" (os vilões da história) e possibilitar a convivência pacífica entre humanos e mutantes.
Até o momento, Wolverine (o herói mais famoso do grupo, com suas afiadas garras de adamantium), Cíclope, Tempestade, Vampira, Fera, Gambit, Jean Grey e Jubileu (uma mutante adolescente) enfrentaram os Sentinelas (criados pelo governo norte-americano), Magneto (o "mestre do magnetismo", um dos melhores vilões da Marvel), os Morlocks e Dentes-de-Sabre (numa história que seria depois aproveitada pelos quadrinhos "normais").
Outros virão. Estão programadas tramas envolvendo Apocalipse (um viajante no tempo) e os massacres de Genosha (uma espécie de Alemanha nazista, com os judeus sendo substituídos por mutantes). Mas o melhor mesmo deve ser a aparição de Cable, uma mistura de Justiceiro e Exterminador do Futuro já popular nos quadrinhos (tanto que ganhou seu próprio título mensal nos EUA).
O futuro é promissor. Cabe agora à Globo fazer jus à qualidade do seriado, corrigindo os erros da dublagem (não se diz "Ciclópe", "Magnéto" ou "sala de guerra", e sim Cíclope, Magneto e "sala de perigo") e abolindo os cortes na abertura (de resto, um velho vício da emissora). Ah, sim... será que dava para as vozes da dublagem serem um pouco mais parecidas com as originais?

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