São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Lobão não consegue se explicar à CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador do Maranhão, Edison Lobão (PFL), não conseguiu explicar à CPI do Orçamento porque em 1989 teve movimentação bancária de US$ 600 mil dólares. Também não justificou sua variação patrimonial ocorrida a partir daquele ano. O governador do Maranhão disse que só vai apresentar sua defesa depois de ler todos os documentos utilizados pela CPI durante a sessão.
O depoimento começou às 11h e terminou às 12h45. Os integrantes da comissão querem explicações sobre a variação patrimonial do governador de 89 a 93, que, segundo o deputado Pedro Pavão (PPR-SP), não é compatível com a sua renda. Além disso, Lobão á acusado de não colocar na sua declaração de Imposto de Renda a compra de ouro, rendimentos e bens adquiridos pela família.
Citado pelo ex-diretor do Departamento de Orçamento da União, o economista José Carlos Alves dos Santos, como um dos frequentadores da casa do deputado João Alves (sem partido-BA), Lobão chegou cedo ao escritório de representação do governo do Maranhão em Brasília para escapar da imprensa.
Sarneysistas
Os principais aliados sarneysistas de Lobão –o ex-ministro da Integração Regional, Alexandre Costa, o deputado José Sarney Filho (PFL-MA) e o deputado José Reinaldo Tavares (PFL-MA)– vieram prestar solidariedade ao governador, mas não entraram na sala de depoimento. O ex-porta-voz do governo Sarney, Fernando César Mesquita, atual secretário do Meio-ambiente do Maranhão, também estava presente.
A comissão encarregada de ouvir as axplicações de Lobão foi composta pelo senador Jutahy Magalhães (PDDB-BA), senador Iran Saraiva (PMDB), deputado Odacir Klein (PMDB-RS), senador Pedro Teixeira (PP-DF), além de Pedro Pavão.
Antes de ouvir o depoimento de Lobão, Jutahy afirmou que a Subcomissão de Bancos encontrou, num levantamento preliminar, uma movimentação de US$ 1 milhão no período de 89 a 93. Apenas em 89, a movimentação bancária chegou a US$ 600 mil, três vezes superior aos anos seguintes.
Além de Lobão, a CPI do Orçamento ouviu ontem outros dois governadores citados pelo delator do esquema do Orçamento, José Carlos Alves dos Santos: Joaquim Roriz, do Distrito Federal, e João Alves, do Sergipe. A comissão se dividiu para ouvir o depoimento de cada um deles.
O relator da CPI do Orçamento, deputado Roberto Magalhães (PFL), considera o depoimento dos governadores um cumprimento formal da comissão. "Estamos ouvindo os governadores apenas para não sermos acusados de omissão", afirmou. Magalhães não considera os governadores uma parte importante de seu relatório. "O máximo que podemos fazer é enviar os documentos ao Ministério Público", afirmou.

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