São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Burle tem o apoio de Fleury

DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 12/01/94 Diferentemente do que foi publicado no quadro "Conheça o que é e como funciona o Ministério Público", o salário do procurador (e não do promotor) de Justiça é que foi de CR$ 810 mil em dezembro.
Burle tem o apoio de Fleury
O procurador José Emmanuel Burle Filho, 49, candidato da situação para a Procuradoria Geral de Justiça, evita falar de política. Diz que os inquéritos que envolvem o patrimônio público são importantes, mas enfatiza que o Ministério Público deve ter outras preocupações, principalmente na melhoria da área criminal. Burle não se define como "candidato da situação". "Foi esa situação que elegeu o conselho", argumenta.
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Folha - Quais são as suas prioridades?
José Emmanuel Burle Filho - Temos que dividir as áreas administrativa e funcional do Ministério Público. Hoje dependemos demais de outros órgãos porque nos faltam técnicos capazes de examinar detalhes técnicos dos inquéritos. Na área funcional, precisamos dar prioridade para os crimes mais importantes. Hoje o promotor nivela todos os crimes.
Folha - Como o sr. avalia a gestão de Dal Pozzo como procurador-geral de Justiça?
Burle - Ele foi muito bem na área administrativa. Na parte funcional, deixou a desejar. Em parte, porque temos enorme dificuldade de coletar provas. Pretendo solucionar isso divulgando processos de difícil investigação, para que as pessoas que tenham dados possam fornecê-los. É como funcionam as CPIs, que dependem dos "Eribertos" para andar.
Folha - O sr. defende a concentração de poderes nas mãos do procurador-geral?
Burle - A lei existe e tenho que aplicá-la. Quero ver, na prática, quanto poder essa lei subtrai dos promotores para concentrá-lo no procurador-geral. Se ela se mostrar paralisante, vou apresentar projeto para modificá-la.
Folha - O sr. o candidato da situação. Isso é ruim?
Burle - O Fleury é amigo dos três candidatos. O fato de ele ter dito que prefere meu nome me transformou no candidato da situação. Mas foi a situação que elegeu o conselho, que é de oposição. Sou independente.
Folha - Quem ganha a eleição?
Burle - Eu, com certeza. Meus adversários não têm o passado institucional que eu tenho.

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