São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Irahy critica gestão Dal Pozzo

DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador Irahy Baptista de Abreu, 56, elege como bandeira prioritária de sua plataforma para a Procuradoria Geral de Justiça "tirar o Ministério Público da política". Tido como um dos dois candidatos de oposição, ele se define como "opção independente" para marcar sua diferença em relação a José Emmanuel Burle Filho, da situação, e Luiz Carlos Galvão de Barros, que, segundo ele, faz parte da "oposição histórica".
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Folha - Quais suas prioridades para a Procuradoria Geral de Justiça?
Irahy Baptista de Abreu - Quero tirar o Ministério Público da política externa. Para isso, é preciso que o promotor seja impedido de sair da carreira para ocupar cargos no Executivo. Na área administrativa, precisamos racionalizar o serviço. Pretendo criar centros de apoio na área criminal.
Folha - Como o sr. avalia a gestão de Antonio Araldo Ferraz Dal Pozzo?
Irahy - Foi boa sob o aspecto funcional, mas falhou em relação aos inquéritos civis. O Ministério Público ficou com imagem de participar do Executivo. Em parte, isso se deve à dificuldade de andamento de alguns casos que envolvem políticos.
Folha - Por que a oposição não saiu com um único candidato?
Irahy - Eu sou mais independente. O Galvão é mais ligado à oposição histórica. Apoiamos a nova chapa do conselho porque somos contra o vínculo entre o Ministério Público e o Executivo.
Folha - O sr. defende a Lei Orgânica, elaborada por Dal Pozzo, que concentrou poderes nas mãos do procurador-geral?
Irahy - Não. Sou contra. Pretendo alterá-la, mas isso provavelmente só será possível depois da eleição de 94, quando a Assembléia Legislativa mudar. Por enquanto, não acredito que qualquer projeto no sentido da independência, que limite os poderes do procurador-geral, passe pelos deputados.
Folha - Quem ganha a eleição?
Irahy - Tenho certeza que sou eu. Sou muito forte no interior, onde comecei minha carreira de promotor.

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