São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Corretoras analisam a desestatização

DA REPORTAGEM LOCAL

Corretoras analisam programa do governo
As propostas para o programa de privatização que abrangem o plano FHC pareceram tímidas, segundo estudo da Salomon Brothers, a maior corretora de valores norte-americana. O plano FHC recebe elogios da corretora por sua consistência técnica. Mas no capítulo da privatização ficou nítido que a equipe econômica precisa driblar fatores políticos para tentar alcançar o que deseja.
"A proposta de revisão constitucional propõe quebra de monopólio, algo que não foi destacado na apresentação do plano", lembra Marcelo Audi, gerente de Investimento da Salomon e responsável por parte do estudo. "Foi claramente uma estratégia de evitar o confronto com os antagonistas da privatização".
"O plano é técnicamente correto", afirma Jair Ribeiro, diretor da Salomon Brothers/Patrimônio, um dos autores do estudo. "Mas, fica na dependência, desde o nascedouro, da solução da questão política". Ele se refere às dificuldades de obter o aval do Congresso e dos demais atores políticos, como os governadores, para um acerto definitivo e consistente das finanças públicas.
Acerto de contas
"Sem um programa de privatização agressivo, que reduza drasticamente as despesas do Estado, fica bastante difícil estabilizar a economia", diz Ricardo Arriazu, da Arriazu & Asoc., uma das maiores consultorias da área financeira na Argentina.
Ele lembra que o plano Cavallo só conseguiu reduzir a inflação para a casa dos 7% anuais, na Argentina, depois que quebrou o corporativismo de estatais fortes, privatizando-as. É o caso da IPF, que estava, para a Argentina, assim como a Petrobrás está para o Brasil.
Depois que foi privatizada, a IPF passou a produzir 30% a mais com um quadro de pessoal 15% inferior. "Os ganhos de produtividade foram surpreendentes", avalia Arriazu. (NM e MM)

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