São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Decisão coroa sucesso da J-League

VALMIR STORTI; ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Kashima Antlers e Verdy Kawasaki começam neste domingo a decidir a J-League, o primeiro campeonato profissional de futebol do Japão. O início estava programado para as 2h da manhã (horário de Brasília), no Estádio Nacional de Tóquio. No mesmo local, haverá um segundo jogo no próximo domingo. A TV Cultura não exibirá a partida; mostrará apenas o VT do jogo, uma semana depois.
A partida confirma o sucesso da competição, já verificado durante a temporada nos números fabulosos da liga. O faturamento da J-League em 93/94 deverá ser de US$ 7,3 milhões (entre venda de ingressos, publicidade e direito de arena) e a média de público, apenas da primeira fase, foi superior a dos campeonatos no Brasil. Apenas a eliminação do Japão da Copa do Mundo manchou uma temporada bem-sucedida.
O Kashima de Zico, Alcindo e Carlos Alberto Santos chegou à final por ter vencido a primeira fase –Série Suntory. O Verdy, de Bismarck, Rui Ramos e Kazu ganhou a segunda –Série Nicos, e é considerado favorito. Em entrevista à Folha, Zico afirma que seu time foi prejudicado durante todo o campeonato, enquanto o Verdy foi beneficiado. Ele teme que isso se repita no jogo de hoje.
Os erros dos ainda inexperientes juízes são um dos problemas que a organização japonesa não conseguiu resolver. Outra ameaça é a da violência: um torcedor foi assassinado por colegas em Nagoya, em maio, durante uma briga por ingressos para uma partida da J-League. Os três suspeitos, com idade de 18 anos, já foram presos.
O êxito da J-League aumenta a possibilidade de realização de um sonho japonês: organizar a Copa do Mundo de 2002. O interesse foi manifestado pela primeira vez pela Federação Japonesa em 1986, que desde então não poupa esforços para divulgar a idéia.
Na partida São Paulo x Milan, realizada em dezembro, no mesmo estádio da final de hoje, algumas faixas faziam referências à candidatura. Uma forma sutil para que a Fifa não esqueça da meta japonesa. E para que nenhum detalhe seja esquecido, dirigentes japoneses visitam estádios europeus e os adotam como modelos para seus empreendimentos.
Há 15 cidades candidatas a sediar o evento, mas apenas o Estádio Nacional de Tóquio tem mais de 30 mil lugares. Mesmo assim, há planos de reconstruí-lo totalmente. O grande objetivo dos japoneses é não repetir os erros dos norte-americanos, que formaram uma grande equipe, o Cosmos, e deixaram o interesse pelo futebol morrer depois da despedida de Pelé, Beckenbauer e outras estrelas.

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Sobre a final da J-League na página 3

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