São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Ferrari monta 'seleção' e ameaça Williams

FLAVIO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma névoa vermelha paira sobre a sede da Williams, em Didcot. Pelos corredores da fábrica dos melhores carros de Fórmula 1 do mundo o ar é de apreensão. Não vai ser tão fácil assim, cochicha-se. A cada notícia que chega da Itália, a tensão aumenta. Se alguém ousa ameaçar a equipe de Ayrton Senna, é a Ferrari. E vem armada até os dentes.
Os rubros montaram uma seleção fora da pista de causar inveja. Objetivo duplo: encerrar o jejum de 50 corridas sem vitórias e não completar o 15.º ano da fila de títulos mundiais. Tarefa complicada, mas a constelação que ocupa os escritórios de Maranello em 94 não está acostumada a perder.
A Ferrari já se considera a única rival à altura do trio Senna-Williams-Renault porque não acredita numa explosão precoce da McLaren-Peugeot e nem no motorzinho Ford da Benetton. As principais razões do otimismo ferrarista, porém, estão dentro da própria escuderia. No fim de 92 veio John Barnard, o melhor projetista do planeta. Na metade de 93 a equipe contratou um francês baixinho e gordinho com um apetite enorme por vitórias: Jean Todt, ex-Peugeot, encarregado de arrumar uma casa que sempre teve muito cacique e pouco índio. A eles se juntaram o competente engenheiro Gustav Brunner e o japonês Osamu Goto.
Funcionário da Honda de 69 a 90, Goto foi a contratação de maior impacto no mercado da F-1 no início de 94. "Pai" dos motores que deram os títulos de 89 a 91 para a McLaren, Goto foi chamado para aprimorar o que o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, chama de "órgão sexual" dos carros vermelhos. "Será a adversária mais difícil de derrotar. Seus motores andaram muito bem no fim de 93 e, em 94 a tecnologia mais simples os favorece", alerta Frank Williams.

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