São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994 |
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Carro de Barnard será apresentado dia 20
FLAVIO GOMES
O projeto teve várias mudanças de percurso. Antes da decretação do fim da eletrônica –da qual sempre foi um adepto entusiasta–, o inglês desenhou uma suspensão revolucionária que dispensava os "braços" que ligam as rodas ao monocoque. Ela tinha apenas uma haste fazendo essa ligação e os sistemas eletrônicos eram embutidos dentro das rodas –reduzindo a resistência ao ar na parte frontal do carro. O projeto tomou novos rumos com a abolição das suspensões ativas. Barnard refez o sistema e nesse ponto não haverá grandes novidades. Como o projeto é guardado a sete chaves, pouca coisa vazou dos computadores do "mago". Sabe-se, apenas, que o bico do carro terá um perfil semelhante ao criado pelo próprio Barnard na Benetton –alto, quase paralelo ao chão. Quando começou a esboçar a nova Ferrari, Barnard pediu à fábrica que se esforçasse para encostar os motores de 12 cilindros. Ele queria um motor menor, mais baixo e estreito, idealmente V10, para ocupar menos espaço atrás do piloto. Pregou no deserto. A idéia de um novo propulsor ficou para 95 ou 96. A única certeza é que o novo modelo não terá nada a ver com o carro que terminou a temporada passada. Depois que Barnard deixou a equipe pela primeira vez, passaram pelas pranchetas ferraristas Enrique Scalabroni, Henri Durand e Jean-Claude Migeot. Nenhum acertou a mão. Migeot, em 92, inventou um fundo duplo que era lindo, mas não funcionava. Barnard deu alguns retoques na máquina para que a equipe pudesse correr em 93 sem dar muito vexame. O carro novo, porém, tem que andar e muito. O estoque de desculpas da Ferrari já se esgotou. (FG) Texto Anterior: Equipe está há 50 provas sem ganhar Índice |
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