São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994
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Puxa-saco de 'Fera Ferida' promete reviravolta no final

RENATO KRAMER
ESPECIAL PARA O TV FOLHA

Maxwell Antenor, personagem de Giuseppe Oristânio em "Fera Ferida", é a versão final do puxa-saco. Assessor de Numa (Hugo Carvana), repete Demóstenes (José Wilker) –que antes de virar prefeito era igualmente servil.
"O excesso de puxa-saquismo é proposital. Maxwell terá uma reviravolta", diz Giuseppe –que ganhou o papel com o aval de José Wilker, depoi que Diogo Vilela e Miguel Falabella o recusaram. Quando o diretor perguntou se sabia fazer comédia, Wilker se adiantou: "É um comediante!".
Uma comédia foi sua entrada na TV Tupi, em 1979. Giuseppe levou currículo à emissora. Esbarrou com Antonio Abujamra, diretor de elenco. Mostrou as fotos. Abujamra disparou: "Gostosinho, hein?".
Em seguida, perguntou o que havia feito. "Muito teatro infantil", diz Giuseppe. "Cago para teatro infantil. O que mais?". O ator arrisca: "'Chá e Simpatia". Abujamra: "Uma merda!".
Giuseppe juntou o currículo e saiu bufando da sala. Abujamra correu atrás, gritando: "Volta aqui, bonitinho! Estava brincando!".
Dias depois, estava na novela "Como Salvar Meu Casamento" –a última da Tupi. Hoje amigo de Abujamra, lembra o caso com simpatia –traço típico deste paulistano do Ipiranga, primeiro filho da família, italiana, a nascer no Brasil.
Foi a simpatia que lhe rendeu um lugar entre atores. Aos 13, auxiliar de almoxarifado de uma fábrica de borrachas, atendeu uma produtora teatral –que, enlevada por seu sorriso, chamou-o para um teste. Não faltou mais trabalho na área –passou pela Tupi, Bandeirantes, TVS, Manchete e Globo.
Em "Ana Raio e Zé Trovão", travou contato com sua mais recente paixão profissional: a direção. Jayme Monjardim foi o primeiro mestre; depois, acompanhou Luiz Fernando Carvalho em "Renascer".
É, de resto, "a antítese do ator, em termos de badalação". Paga para não sair de casa. Casado há 12 anos com Juliana, tem duas filhas pequenas, Barbara e Julia. Mora com todas na Penha, zona leste de São Paulo. Uma vida "simples e sem novidades", de quem acha que, para trabalhar em TV, não adianta só cara bonita. "Tem que ter alma".

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