São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Lição sobre o déficit

O primeiro ministro da Fazenda de Juscelino Kubitschek foi o folclórico político mineiro José Maria Alkimin. Ele assumiu o Ministério em 31 de janeiro de 1956 e algumas semanas depois recebeu uma comissão de economistas do BNDE, entre eles o atual deputado e ex-ministro do Planejamento do governo Castelo Branco, Roberto Campos (PPR-RJ). O grupo vinha apresentar um plano de combate à inflação.
Tratava-se de um plano ortodoxo, com uma parte muito semelhante ao atual Plano FHC. Sugeria um corte drástico no Orçamento da União e a prática de se condicionar o gasto público à prévia existência de receita tributária.
Alkimin ouviu os economistas com atenção. Pegou o calhamaço que traziam, folheou-o displicentemente e em seguida deu o veredito que faria Roberto Campos começar a arrumar as malas para deixar o cargo:
– Governo que é governo não pode cortar verbas. Nem tampouco só gastar o que tem. Governo que é governo libera verba, gasta prometendo pagar e depois não paga.

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