São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Guerra entre comandos mata 12 no Rio

FRANCISCO SANTOS; MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Doze pessoas –incluindo um menor e duas mulheres, uma delas grávida de oito meses– morreram anteontem à noite em tiroteio entre quadrilhas de traficantes no complexo de favelas de Acari (zona norte do Rio). Traficantes identificados como Parazão e Elemar Fernandes, o Lemar, do Comando Vermelho, tentaram retomar pontos de venda de droga das quadrilhas de Jorge Luiz e Celsinho, ligados ao Terceiro Comando.
Segundo moradores de Acari, antes da chegada da quadrilha rival, três carros da polícia passaram pela favela, como se observassem a situação. O delegado Leonilson Ribeiro, da 40.ª Delegacia Policial, disse estar investigando o envolvimento de policiais com o bando de Parazão.
O tiroteio anteontem durou cerca de duas horas e foram usadas armas pesadas, incluindo fuzis automáticos e granadas.
Segundo a polícia, os traficantes Parazão e Lemar estão sem pontos de tráfico, após terem sido expulsos por Jorge Luiz e Celsinho das favelas de Acari, Coroado e Jorge Turco. As três se interligam e formam o Complexo de Acari. Lemar é tio de Celsinho, mas no ano passado os dois romperam.
A polícia tinha também informações que o traficante Eraldo, líder do tráfico na Rocinha, teria dado apoio a Parazão e Lemar.
Apenas sete estavam identificados até as 18h de ontem. Kátia da Conceição, 21, grávida, Devaílson de Souza, 23, outra mulher identificada apenas como Genilda e um homem chamado Gem foram deixados na av. Automóvel Club.
Na rua Senador Vitorino Freire, foram encontrados os corpos de Sílvio Lacerda Filho e César de Albuquerque, ambos de 19 anos. Sílvio Lacerda era recruta do Exército.
Em pontos diferentes da favela de Jorge Turco, foram encontrados mais cinco corpos. O último corpo foi encontrado na Linha Verde.

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