São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Amanhã é o melhor dia para a poupança

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Amanhã é o melhor dia para aplicar na caderneta de poupança, nesta semana. O rendimento estimado é de 50,17%. O dia 12 promete rentabilidade maior (50,60%, recorde desde março de 1990), mas o "aniversário" cai num sábado.
O depósito na quinta-feira (dia 13) deve render 48,14%, mas o resgate cairá num domingo. Na sexta-feira, o rendimento projetado é menor (45,72%) e tem o inconveniente de o resgate ocorrer no feriado de segunda-feira de Carnaval.
A aplicação na caderneta feita hoje tem rentabilidade de 49,75%.
Quanto mais dias úteis houver entre a data de depósito e saque, maior é a rentabilidade. Para aplicação de apenas 30 dias na caderneta, deve-se evitar os depósitos com resgate programado para final de semana ou feriado.
O presidente da Abecip (Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança), João Gatti, diz que os bancos devem limitar os depósitos nas cadernetas de poupança, nesta semana, a valores entre CR$ 5 milhões e CR$ 10 milhões. Argumentam os banqueiros que não conseguirão no mercado o rendimento suficiente para pagar as texas da poupança.
Só não haverá limite de depósito se o Banco Central remunerar os bancos nas mesmas taxas das cadernetas através de uma linha de depósito voluntário, a ser criada.
O Banco Central está com problemas adicionais. As projeções para a inflação de janeiro ainda estão desencontradas e dificultando a colocação de títulos públicos prefixados, como os Bônus do Banco Central (BBCs). Amanhã, haverá nova tentativa de colocação dos papéis.
O último leilão formal de BBCs em que foram vendidos títulos ocorreu em 15 de dezembro. Faz, portanto, três semanas consecutivas que o BC não coloca papéis prefixados nos leilões tradicionais das terças-feiras. Só consegue vender os títulos em leilões informais ("go arounds") com resgates de apenas uma semana.
Dadas as dificuldades de colocação dos papéis prefixados, o BC decidiu adotar as NTNs cambiais como instrumento de controle monetário. O problema é que o mercado está exigindo taxas de juros elevadas (de 25% ao ano mais variação cambial) para adquirir as NTNs.
A Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) registra em seu "Informativo Semanal" um outro problema: estima-se que a posição de NTNs cambiais na carteira do Banco Central começa a se esgotar.
Como fica cada vez mais difícil prever a inflação corrente, o governo está optando por não sancionar expectativas irreais em seus leilões de BBCs, mas precisa praticar uma política monetária de juros altos, para evitar que o descontrole da inflação em cruzeiros reais contamine a URV, quando ela entrar em vigor.

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