São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Garotos defendem as ofendidas pela música

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem tudo é festa. Na música "Lôraburra", Gabriel, o Pensador, diz que esse tipo de menina deve ser usada e jogada fora e chama, explicitamente, essas meninas de mulheres objeto. Tem um monte de gente que não gostou nem um pouco disso. E, por incrível que pareça, grande parte dos revoltados são garotos.
Paulo Diniz, 14, é um desses. Ele não gosta da música e acha que as meninas devem ser tratadas com respeito. "Essa coisa de falar em mulher objeto não está certa de jeito nenhum", diz. Ele acha que as meninas citadas na música são as materialistas, que "só ficam com quem tem carro". Apesar de achar que esse tipo de menina realmente existe, ele não acha que se deva tratá-las com agressividade. "Cada um faz o quer", diz o menino, que nunca ficou com uma "lôraburra", nem pretende ficar.
"Essa música é um abuso, uma total falta de respeito. Isso não é jeito de tratar mulher", diz Israel Pereira, 21. Ele acha que não existe mulher burra. "Todas são inteligentes, só que cada uma de um jeito", diz.
Nem todos os meninos são tão revoltados. Ricardo Mattos, 19, conta que já encontrou muitas "lôraburras" por aí. "Já usei algumas quando estava mal", disse. Mesmo assim, ele não gosta da música. "Acho que a letra é muito agressiva", diz.

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