São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 1994 |
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Indignação etc.
NELSON DE SÁ
Leonel Brizola, que seria o Estado, voltou a insinuar que tem gente querendo desestabilizar o seu governo, segundo a Bandeirantes. Mas a melhor expressão das reações ao massacre veio da Record, ao falar do ânimo dos favelados, um dia depois. "Os moradores parecem estar acostumados." Não só os moradores, mas todo o resto. Até a televisão. Encomenda Demorou um pouco, mas o Jornal Nacional começou enfim a usar o crime do ABC para derrubar a liderança de Lula. Ontem, sua manchete não foi para a entrevista do candidato petista, mas para a especulação do delegado Nelson Guimarães: "A polícia já acredita que o assassinato do sindicalista foi um crime por encomenda." Na cobertura, que tomou um quarto do noticiário da Globo, o delegado falou longamente, especulando sobre um possível "mandante". E a acusação de Lula –de que o delegado indicado por Luiz Fleury já foi usado para prejudicar a sua candidatura, em 89– foi prontamente respondida por uma entrevista com o secretário da Segurança, Odyr Porto. PFL Roberto Magalhães esperou a investigação correr inteira, com sua participação direta, inclusive chegando horas atrasado no depoimento de Ricardo Fiuza, para afirmar que não tem isenção para fazer o relatório do envolvimento de seu colega de PFL e de Pernambuco. Mais, seu antigo cliente, que defendeu em processo na Justiça. O engraçado é que agora "está difícil encontrar um relator para o caso Fiuza", segundo o Jornal Bandeirantes. Talvez um dia, longe desta direção da CPI, alguém explique por que as coisas ficam complicadas sempre que a investigação bate no PFL. Como ocorreu com os papéis da Odebrecht, que o mesmo Roberto Magalhães tentou desmerecer na Manchete. Ou como ocorreu com os dois governadores do PFL, que tiveram suas contas resguardadas –ao contrário do pepista Joaquim Roriz. Texto Anterior: Lucena vai indicar a CPI da CUT até sexta Próximo Texto: Irmão de Cruz acusa CUT de desviar verba Índice |
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