São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 1994
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Masp expõe gravuras insossas do Tamarind

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Título: Colaborações - Artistas + Impressores
Sinopse: 49 litogravuras de 28 artistas produzidas no Instituto Tamarind
Onde: Museu de Arte de São Paulo (av. Paulista, 1.578, tel. 011/251-5644, região central)
Quando: abertura hoje, às 18h; até 27 de fevereiro
Visitação: de terça a sexta, das 13h às 17h; sábado e domingo, das 14h às 18h
Quanto: CR$ 350,00 (ingresso)

Decepcionante a exposição "Colaborações - Artistas + Impressores", com 49 litogravuras de 28 artistas, trazida pelo prestigiado Instituto Tamarind ao Masp e que se abre hoje. Vai interessar mais a artistas do que ao público. De resto, o Tamarind é conhecido especialmente por sua atividade pedagógica (leia box ao lado).
A litogravura é um processo de impressão feito com uma matriz de pedra, sobre a qual é colocada goma arábica, que serve para reter a umidade enquanto a tinta ocupa a imagem gravada na pedra. Portanto, a litogravura dispensa incisões –é plana e seca. O único interesse da exposição é a tentativa dos artistas de negar esse caráter litográfico. Alguns trabalhos parecem guache, outros parecem ter incisão, outros remetem ao grafite, etc. Por aí se entende o título da exposição: as gravuras foram feitas com participação criativa do impressor.
A maioria peca por falta de inventividade; é simplória ou esquemática. Também não há grandes achados estéticos; o sem-graça predomina. Uma gravura de Osvaldo Goeldi vale todas as 49 dessa exposição. 25 dos artistas são americanos; os outros, um alemão, um italiano e um panamenho. Quase ninguém de renome –com exceção de Roy De Forest, 63, de Nebraska (EUA), um "intuitivo" muito mais interessante que seus correspondentes brasileiros (Silva, Roseno). Sua imaginação é mais travessa; suas linhas, mais expressivas.
Há muitas divertidas. Robert Fichter, Daniel Fuller, Dan Rizzie, Frank Romero, Gael Stack e James McGarrel fazem pensar que nas artes plásticas também devia haver uma tolerância ao "entretenimento" de qualidade. Mas não é nada que se compare a um Fred Astaire dançando.

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