São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 1994
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Ucrânia acerta renúncia a arsenal nuclear

DE LONDRES

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, anunciou ontem que a Ucrânia vai renunciar ao seu arsenal nuclear. Os termos do acordo não foram divulgados, mas incluem provavelmente uma troca por ajuda econômica norte-americana. Cerca de 176 mísseis intercontinentais e 1.500 ogivas serão destruídos.
"O acordo trilateral que será assinado vai levar à completa remoção de armas atômicas da Ucrânia", afirmou Clinton ontem, na abertura da cúpula da Otan em Bruxelas. O acordo será assinado na sexta em Moscou e contará com a participação da Rússia. Clinton deve fazer amanhã uma escala não prevista em Kiev, a capital ucraniana.
A Ucrânia herdou parte do arsenal nuclear da extinta União Soviética e se tornou a terceira maior potência atômica do planeta, atrás somente dos EUA e da Rússia. O país inicialmente se comprometeu a entregar todos os mísseis estacionados em seu território à Rússia, onde seriam desmantelados.
Em seguida, o governo ucraniano anunciou que poderia manter parte do arsenal, sob o pretexto de se proteger da poderosa Rússia. Para a imprensa ocidental, a Ucrânia estava usando seu arsenal como forma de chantagear o Ocidente para obter ajuda econômica. O acordo acertado poderia render até US$ 12 bilhões ao país, onde a produção industrial caiu 20% no ano passado e a inflação está em 70% ao ano.
Os mísseis serão levados à Rússia. Lá, o urânio será extraído das ogivas e vendido ao Ocidente, para ser usado em usinas nucleares. O ganho será dividido entre Rússia e Ucrânia.
"A questão das armas nucleares na ex-URSS era o principal desafio mundial quanto à proliferação", disse Clinton. Ele congratulou os presidentes Boris Ieltsin, da Rússia, e Leonid Kravtchuk, da Ucrânia, pelo acordo.

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