São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 1994
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Ieltsin faz reforma no governo para obter apoio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, decretou ontem uma reforma na estrutura do Executivo que poderá reduzir a influência dos partidários das reformas econômicas em benefício de uma ampliação de sua base política.
Ieltsin reduziu os órgãos de primeiro escalão de 120 para 67 (23 ministérios e 44 departamentos), colocando um número maior deles sob seu controle pessoal. O número de vice-primeiros-ministros cairá de nove para quatro.
O decreto dá ao premiê Victor Tchernomirdin uma semana para indicar seus novos vices –os nomes serão conhecidos apenas após a cúpula Ieltsin-Clinton. Devem cair alguns dos arquitetos das reformas econômicas.
Hoje acontece a primeira sessão da Duma, a câmara baixa do Parlamento eleito em 12 de dezembro, na qual as forças pró-Ieltsin estão em minoria frente à oposição formada por comunistas e nacionalistas. O grupo Opção pela Rússia, principal partido pró-Ieltsin, anunciou que deverá se distanciar do governo.
O vice-premiê Iegor Gaidar anunciou que pedirá um processo criminal contra o líder ultranaciota Vladimir Jirinovski, do Partido Liberal Democrático (extrema direita). Gaidar, um dos principais arquitetos das reformas econômicas, fez essa declaração em nome do Opção da Rússia –que tem 94 deputados, para 64 do PLD, 42 comunistas e 37 do Partido Agrário, pró-comunista).
Gaidar disse que as declarações de Jirinovski são belicistas e portanto violam o Código Penal russo. Jirinovski já defendeu o restabelecimento do Império russo, a conquista do Irã e da India, o bloqueio naval do Japão e ataques nucleares à Alemanha. Ontem, ele disse à "Reuter" que qualquer iniciativa da Otan para absorver ex-aliados da extinta URSS "levará à 3.ª Guerra Mundial".

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